São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2004

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BNDES vai dar apoio a produtores de leite

ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai apoiar os produtores de leite do país, para deixá-los menos vulneráveis a problemas com seus principais compradores, como a Parmalat.
A multinacional italiana, após a descoberta de fraudes contábeis em sua sede, está em dívida com 11 cooperativas de Itaperuna, no noroeste do Estado do Rio, e tem problemas com outras oito cooperativas no país.
O superintendente da área de inclusão social do banco estatal, Mário Guedes, descartou, entretanto, a possibilidade de a instituição socorrer a Parmalat, pagando as dívidas aos produtores.
Guedes afirmou que o banco pode financiar a compra de máquinas para o beneficiamento de leite. A única condição é o recebimento de um pedido de empréstimo estruturado, com viabilidade econômica. O superintendente do BNDES descartou também a criação de uma linha especial de crédito para o setor.
O principal objetivo dos produtores com a compra de máquinas é manter a estabilidade do preço, principalmente em épocas de safra, segundo o coordenador-geral da Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Sílvio Farnese.
Ao comprar secadoras de leite (que transformam o leite in natura em leite em pó), os produtores podem estocar o leite em pó e garantir um preço estável.
Farnese disse que as medidas de apoio do governo ao setor têm como objetivo diminuir a vulnerabilidade neste mercado.
"É preciso fortalecer a estrutura do leite no Brasil para continuar a produção sem sobressaltos diante de uma crise pontual, como essa da Parmalat", afirmou.
Um dos principais efeitos com o atraso no pagamento às cooperativas de Itaperuna foi a queda no preço do leite, que já estava em baixa devido ao período de safra.
A Parmalat tem nove unidades de processamento de leite no Brasil. A multinacional italiana comprou no ano passado 1,2 bilhão de litros no Brasil, o equivalente a 5% da produção nacional. A Parmalat é o segundo maior comprador, atrás da Nestlé, que comprou 1,5 bilhão de litros no ano passado.


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