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BNDES vai dar apoio a produtores de leite
ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) vai apoiar os produtores
de leite do país, para deixá-los
menos vulneráveis a problemas
com seus principais compradores, como a Parmalat.
A multinacional italiana, após a
descoberta de fraudes contábeis
em sua sede, está em dívida com
11 cooperativas de Itaperuna, no
noroeste do Estado do Rio, e tem
problemas com outras oito cooperativas no país.
O superintendente da área de
inclusão social do banco estatal,
Mário Guedes, descartou, entretanto, a possibilidade de a instituição socorrer a Parmalat, pagando
as dívidas aos produtores.
Guedes afirmou que o banco
pode financiar a compra de máquinas para o beneficiamento de
leite. A única condição é o recebimento de um pedido de empréstimo estruturado, com viabilidade
econômica. O superintendente do
BNDES descartou também a criação de uma linha especial de crédito para o setor.
O principal objetivo dos produtores com a compra de máquinas
é manter a estabilidade do preço,
principalmente em épocas de safra, segundo o coordenador-geral
da Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da
Agricultura, Sílvio Farnese.
Ao comprar secadoras de leite
(que transformam o leite in natura em leite em pó), os produtores
podem estocar o leite em pó e garantir um preço estável.
Farnese disse que as medidas de
apoio do governo ao setor têm como objetivo diminuir a vulnerabilidade neste mercado.
"É preciso fortalecer a estrutura
do leite no Brasil para continuar a
produção sem sobressaltos diante
de uma crise pontual, como essa
da Parmalat", afirmou.
Um dos principais efeitos com o
atraso no pagamento às cooperativas de Itaperuna foi a queda no
preço do leite, que já estava em
baixa devido ao período de safra.
A Parmalat tem nove unidades
de processamento de leite no Brasil. A multinacional italiana comprou no ano passado 1,2 bilhão de
litros no Brasil, o equivalente a 5%
da produção nacional. A Parmalat é o segundo maior comprador,
atrás da Nestlé, que comprou 1,5
bilhão de litros no ano passado.
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