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Comissão pede financiamento ao governo
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Produtores de leite atingidos pela crise da Parmalat pedirão ao
Ministério da Agricultura uma linha de financiamento de R$ 500
milhões, a compra de 2.000 toneladas de leite em pó para o programa Fome Zero e empréstimos do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para investimentos em projetos de infra-estrutura do campo.
A comissão criada pelo Ministério da Agricultura para propor sugestões para a crise da Parmalat
no Brasil -integrada por representantes de governo, indústria,
produtores e cooperativas, entre
outros do setor- finalizou documento que foi entregue no início
da noite de ontem ao ministro
Roberto Rodrigues (Agricultura).
Anteontem, Rodrigues disse que
o relatório do grupo seria a base
das iniciativas do governo.
Segundo Rodrigo Alvim, coordenador do grupo e presidente da
Comissão Nacional de Pecuária
de Leite da CNA (Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil), o setor pedirá linha de crédito
ao ministério de R$ 500 milhões.
O dinheiro, que seria disponibilizado pelo EGF (Empréstimo do
Governo Federal), será destinado
à compra e à estocagem de leite
pelas indústrias e cooperativas.
Crise do setor
O caso Parmalat, diz Alvim, só
tornou evidente a crise e mais
sensível o mercado leiteiro brasileiro. Hoje, 9% da produção (1,2
bilhão de litros de leite) nacional
não está sendo absorvido pelo comércio, o que rebaixa os preços.
"A Parmalat foi a gota d'água",
afirma Alvim.
Segundo a Organização de Cooperativas do Brasil, o período é
crítico para o setor, pois é momento de pico da produção e
quando a maior parcela de vendas
é feita. Cerca de 10% dos fornecedores estão recebendo entre R$
0,30 e R$ 0,35 por litro de leite
-abaixo do preço mínimo de
mercado (R$ 0,38).
O projeto do grupo de trabalho
prevê uma linha de crédito gradual. Se aceito, já neste mês devem ser disponibilizados R$ 150
milhões e, em fevereiro, mais R$
100 milhões. O restante será oferecido durante o ano. A Parmalat
poderia, inclusive, ter acesso à linha de crédito.
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