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Inflação é vista como o maior risco global
DO ENVIADO A BASILÉIA
A ameaça da inflação é hoje
motivo maior de preocupação
para a economia mundial do
que os riscos de recessão que
vêm dos Estados Unidos. A avaliação foi resumida pelo presidente do BCE (Banco Central
Europeu), Jean-Claude Trichet, que chefiou encontro sobre economia global com chefes de BCs de diversos países.
"Há consenso de que, em nível global, o risco para o crescimento está em baixa e o risco
da inflação está em alta", disse
Trichet ontem, na sede do BIS.
"Vemos que o crescimento
continua em um nível bastante
robusto, ainda que ocorra uma
pequena desaceleração."
Segundo Trichet, o lema do
encontro foi "não à complacência" em relação à inflação. Mas
os mesmos fatores que empurram os preços para cima, lembrou, também podem puxar o
crescimento para baixo. "Sem
dúvida os riscos estão presentes. O alto nível dos preços do
petróleo e das matérias-primas
apresentam riscos tanto para o
crescimento quanto para a inflação", disse.
Assim como havia feito na última reunião do BIS, Trichet
elogiou a solidez das economias
emergentes, como a do Brasil,
que conseguiram ficar relativamente a salvo das "correções de
mercado", como chamou as
turbulências causadas pela crise financeira centrada nos EUA
e que atinge a Europa.
"Desde o começo, o mundo
emergente em geral não foi tocado por essas correções", disse
Trichet. "Quer dizer, temos
uma grande parte do mundo,
uma parte muito dinâmica do
mundo, intocada. Não é o momento para complacência, mas
esse é um dos importantes sinais positivos da situação."
Trichet se mostrou satisfeito
com o resultado da ação conjunta efetuada em dezembro
por cinco bancos centrais, entre eles o BCE e o Fed americano, para aumentar o volume de
dinheiro no mercado e aliviar o
aperto no crédito. E não descartou novas intervenções. "Ficamos muito satisfeitos com as
ações que tomamos e ficaremos
em contato muito próximo."
Ele acrescentou que os BCs
também concordaram em examinar o "modelo de negócios"
dos bancos comerciais em todo
o mundo, a fim de buscar as
causas da crise iniciada nos
EUA e formas de prevenir turbulências semelhantes no futuro.
(MN)
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