São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2008

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Inflação é vista como o maior risco global

DO ENVIADO A BASILÉIA

A ameaça da inflação é hoje motivo maior de preocupação para a economia mundial do que os riscos de recessão que vêm dos Estados Unidos. A avaliação foi resumida pelo presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, que chefiou encontro sobre economia global com chefes de BCs de diversos países.
"Há consenso de que, em nível global, o risco para o crescimento está em baixa e o risco da inflação está em alta", disse Trichet ontem, na sede do BIS. "Vemos que o crescimento continua em um nível bastante robusto, ainda que ocorra uma pequena desaceleração."
Segundo Trichet, o lema do encontro foi "não à complacência" em relação à inflação. Mas os mesmos fatores que empurram os preços para cima, lembrou, também podem puxar o crescimento para baixo. "Sem dúvida os riscos estão presentes. O alto nível dos preços do petróleo e das matérias-primas apresentam riscos tanto para o crescimento quanto para a inflação", disse.
Assim como havia feito na última reunião do BIS, Trichet elogiou a solidez das economias emergentes, como a do Brasil, que conseguiram ficar relativamente a salvo das "correções de mercado", como chamou as turbulências causadas pela crise financeira centrada nos EUA e que atinge a Europa.
"Desde o começo, o mundo emergente em geral não foi tocado por essas correções", disse Trichet. "Quer dizer, temos uma grande parte do mundo, uma parte muito dinâmica do mundo, intocada. Não é o momento para complacência, mas esse é um dos importantes sinais positivos da situação."
Trichet se mostrou satisfeito com o resultado da ação conjunta efetuada em dezembro por cinco bancos centrais, entre eles o BCE e o Fed americano, para aumentar o volume de dinheiro no mercado e aliviar o aperto no crédito. E não descartou novas intervenções. "Ficamos muito satisfeitos com as ações que tomamos e ficaremos em contato muito próximo."
Ele acrescentou que os BCs também concordaram em examinar o "modelo de negócios" dos bancos comerciais em todo o mundo, a fim de buscar as causas da crise iniciada nos EUA e formas de prevenir turbulências semelhantes no futuro. (MN)


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