São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

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Dólar registra avanço de 2,75% e fecha em R$ 2,24

Bolsa de SP segue exterior e termina em baixa de 3,5%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar interrompeu a trajetória de baixa vivida nos últimos pregões. Cotada a R$ 2,24, a moeda norte-americana encerrou as operações de ontem com alta de 2,75%. O dólar vinha de quatro pregões seguidos de baixa -na semana, ainda registra depreciação de 3,99%.
Ajustes também ocorreram no mercado acionário, e a Bolsa de Valores de São Paulo terminou com desvalorização de 3,53%, aos 40.820 pontos.
O fechamento no número de postos de trabalho nos EUA em dezembro, que alcançou 693 mil vagas, desagradou aos investidores. O índice Dow Jones fechou em baixa de 2,72%. A Nasdaq perdeu 3,23%.
Na Alemanha, também foi divulgado aumento no número de desempregados em dezembro, o que não ocorria desde fevereiro de 2006. A Bolsa de Frankfurt encerrou com baixa de 1,77%. Em Londres, a queda foi de 2,83%.
Outro fator que prejudicou o desempenho das ações foi o petróleo, que despencou no mercado internacional (leia texto à pág. B10). O barril do produto encerrou vendido a US$ 42,63 em Nova York, após queda de 12,25%. O aumento acima do esperado nos estoques de óleo cru, gasolina e destilados nos Estados Unidos ajudou a derrubar as cotações ontem.
Nesse cenário, as ações da Petrobras não se sustentaram e fecharam o pregão da Bolsa com queda elevada: as ordinárias caíram 5,22%, e as preferenciais, 3,92%.
A Bovespa havia subido 16% nos últimos seis pregões. E uma devolução, ao menos de parte, desses ganhos rápidos era esperada para qualquer momento. No mês, a Bolsa conta ainda com valorização de 8,71%.
Além de Petrobras, as siderúrgicas e mineradoras, que vinham subindo com força nos últimos pregões, registraram quedas elevadas. A ação preferencial "A" da Vale teve baixa de 5,04% ontem. O papel ON da CSN caiu 4,04%. A siderúrgica anunciou ainda ontem a abertura de um programa de recompra de até 9,72 milhões de ações para "maximizar a geração de valor" aos acionistas.
Os grandes bancos também sofreram: a ação preferencial do Itaú se desvalorizou em 5,73%; Bradesco PN caiu 4,50%; e BB ON perdeu 2,23%.
Em dia de queda para os principais papéis, a ação PNB da Aracruz se destacou, com alta de 9,19%, favorecida por rumores de que teria conseguido chegar a um acordo com bancos em relação ao prejuízo que teve com derivativos cambiais no ano passado.
No pregão de ontem, foram negociados R$ 3 bilhões, após 223 mil transações. Em 2008, em meio à agudização da crise, o número de operações diárias cresceu expressivamente: foram 245 mil transações por pregão, na média, o que representou aumento de 60,3% em relação ao ano anterior.

Dólar ainda forte
A alta do dólar ontem não surpreendeu os operadores do mercado de câmbio. Apesar de o real ter recuperado valor nos pregões anteriores, o cenário ainda não se alterou de forma a levar o dólar para os preços em que estava há alguns meses.
No mercado futuro, as "posições compradas" em dólar dos estrangeiros diminuíram um pouco, mas se mantêm em patamares elevados. As posições compradas líquidas, que iniciaram o ano em US$ 13,17 bilhões, estavam anteontem a US$ 11,52 bilhões.
Ontem o BC divulgou que o fluxo cambial do país ficou negativo em 2008 pela primeira vez desde 2002 (leia à pág. B1). Houve saída líquida de US$ 983 milhões do país, que ajuda a explicar a alta da moeda em 2008.


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