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Dólar registra avanço de 2,75% e fecha em R$ 2,24
Bolsa de SP segue exterior e termina em baixa de 3,5%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar interrompeu a trajetória de baixa vivida nos últimos pregões. Cotada a R$ 2,24,
a moeda norte-americana encerrou as operações de ontem
com alta de 2,75%. O dólar vinha de quatro pregões seguidos
de baixa -na semana, ainda registra depreciação de 3,99%.
Ajustes também ocorreram
no mercado acionário, e a Bolsa
de Valores de São Paulo terminou com desvalorização de
3,53%, aos 40.820 pontos.
O fechamento no número de
postos de trabalho nos EUA em
dezembro, que alcançou 693
mil vagas, desagradou aos investidores. O índice Dow Jones
fechou em baixa de 2,72%. A
Nasdaq perdeu 3,23%.
Na Alemanha, também foi divulgado aumento no número
de desempregados em dezembro, o que não ocorria desde fevereiro de 2006. A Bolsa de
Frankfurt encerrou com baixa
de 1,77%. Em Londres, a queda
foi de 2,83%.
Outro fator que prejudicou o
desempenho das ações foi o petróleo, que despencou no mercado internacional (leia texto à
pág. B10). O barril do produto
encerrou vendido a US$ 42,63
em Nova York, após queda de
12,25%. O aumento acima do
esperado nos estoques de óleo
cru, gasolina e destilados nos
Estados Unidos ajudou a derrubar as cotações ontem.
Nesse cenário, as ações da
Petrobras não se sustentaram e
fecharam o pregão da Bolsa
com queda elevada: as ordinárias caíram 5,22%, e as preferenciais, 3,92%.
A Bovespa havia subido 16%
nos últimos seis pregões. E uma
devolução, ao menos de parte,
desses ganhos rápidos era esperada para qualquer momento.
No mês, a Bolsa conta ainda
com valorização de 8,71%.
Além de Petrobras, as siderúrgicas e mineradoras, que vinham subindo com força nos
últimos pregões, registraram
quedas elevadas. A ação preferencial "A" da Vale teve baixa
de 5,04% ontem. O papel ON da
CSN caiu 4,04%. A siderúrgica
anunciou ainda ontem a abertura de um programa de recompra de até 9,72 milhões de
ações para "maximizar a geração de valor" aos acionistas.
Os grandes bancos também
sofreram: a ação preferencial
do Itaú se desvalorizou em
5,73%; Bradesco PN caiu
4,50%; e BB ON perdeu 2,23%.
Em dia de queda para os
principais papéis, a ação PNB
da Aracruz se destacou, com alta de 9,19%, favorecida por rumores de que teria conseguido
chegar a um acordo com bancos em relação ao prejuízo que
teve com derivativos cambiais
no ano passado.
No pregão de ontem, foram
negociados R$ 3 bilhões, após
223 mil transações. Em 2008,
em meio à agudização da crise,
o número de operações diárias
cresceu expressivamente: foram 245 mil transações por
pregão, na média, o que representou aumento de 60,3% em
relação ao ano anterior.
Dólar ainda forte
A alta do dólar ontem não
surpreendeu os operadores do
mercado de câmbio. Apesar de
o real ter recuperado valor nos
pregões anteriores, o cenário
ainda não se alterou de forma a
levar o dólar para os preços em
que estava há alguns meses.
No mercado futuro, as "posições compradas" em dólar dos
estrangeiros diminuíram um
pouco, mas se mantêm em patamares elevados. As posições
compradas líquidas, que iniciaram o ano em US$ 13,17 bilhões, estavam anteontem a
US$ 11,52 bilhões.
Ontem o BC divulgou que o
fluxo cambial do país ficou negativo em 2008 pela primeira
vez desde 2002 (leia à pág. B1).
Houve saída líquida de US$ 983
milhões do país, que ajuda a explicar a alta da moeda em 2008.
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