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Corte de vagas pode ser o maior em 60 anos
DA REDAÇÃO
O mercado de trabalho norte-americano deu mais um sinal da gravidade da recessão
que vive a maior economia
mundial. Segundo a consultoria ADP, foram eliminados 693
mil vagas no setor privado no
mês passado, corte que, se confirmado amanhã pelo governo,
será o maior em quase 60 anos.
Para piorar a situação, o levantamento da ADP, que mudou de metodologia a partir de
dezembro, geralmente é mais
otimista que o oficial. Mesmo
com a mudança de cálculo (feita, de acordo com a consultoria,
para aproximar os seus dados
dos divulgados pelo governo),
ele apontou 460 mil cortes nas
empresas privadas em novembro -a previsão inicial eram
250 mil-, contra 540 mil da estimativa governamental (o setor público contratou 7.000).
Ou seja, caso essa tendência
se confirme, em dezembro
houve a terceira maior eliminação de vagas nos Estados Unidos desde 1939, superada apenas pelos cortes de 1,97 milhão
em 1945 e de 834 mil registrados quatro anos depois. Além
disso, apesar de o setor público
ter criado vagas na maioria dos
últimos meses, o seu impacto é
pequeno: a média mensal entre
agosto e novembro foi de aproximadamente 10 mil postos.
O resultado, pior que o esperado por analistas, contribuiu
para o dia negativo das Bolsas.
Em Nova York, o índice Dow
Jones, o principal da Bolsa
americana, recuou 2,72%.
De acordo com a consultoria,
o segmento de serviços -que
responde por cerca de 80% do
emprego privado- foi responsável pela maior parte dos cortes: 473 mil em dezembro, ante
304 mil no mês anterior. E o
impacto maior ocorreu nas empresas médias (com 50 a 499
funcionários), apesar de elas
empregarem menos gente que
as pequenas. Já o setor de produção de bens foi responsável
pela eliminação dos demais
220 mil postos de trabalho, 48
mil mais que em novembro.
O dado também aumentou a
apreensão em relação aos números de emprego que o governo americano divulgará amanhã. Alguns analistas ainda apostam que o corte será inferior aos 533 mil de novembro
(que foi o pior resultado em 34
anos), mas há quem diga que
ele passará dos 700 mil. Nos 11
primeiros meses do ano passado, 1,9 milhão de postos de trabalho deixaram de existir, e a
taxa de desemprego chegou a
6,7%, a maior em 15 anos.
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