São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

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Corte de vagas pode ser o maior em 60 anos

DA REDAÇÃO

O mercado de trabalho norte-americano deu mais um sinal da gravidade da recessão que vive a maior economia mundial. Segundo a consultoria ADP, foram eliminados 693 mil vagas no setor privado no mês passado, corte que, se confirmado amanhã pelo governo, será o maior em quase 60 anos.
Para piorar a situação, o levantamento da ADP, que mudou de metodologia a partir de dezembro, geralmente é mais otimista que o oficial. Mesmo com a mudança de cálculo (feita, de acordo com a consultoria, para aproximar os seus dados dos divulgados pelo governo), ele apontou 460 mil cortes nas empresas privadas em novembro -a previsão inicial eram 250 mil-, contra 540 mil da estimativa governamental (o setor público contratou 7.000).
Ou seja, caso essa tendência se confirme, em dezembro houve a terceira maior eliminação de vagas nos Estados Unidos desde 1939, superada apenas pelos cortes de 1,97 milhão em 1945 e de 834 mil registrados quatro anos depois. Além disso, apesar de o setor público ter criado vagas na maioria dos últimos meses, o seu impacto é pequeno: a média mensal entre agosto e novembro foi de aproximadamente 10 mil postos.
O resultado, pior que o esperado por analistas, contribuiu para o dia negativo das Bolsas. Em Nova York, o índice Dow Jones, o principal da Bolsa americana, recuou 2,72%.
De acordo com a consultoria, o segmento de serviços -que responde por cerca de 80% do emprego privado- foi responsável pela maior parte dos cortes: 473 mil em dezembro, ante 304 mil no mês anterior. E o impacto maior ocorreu nas empresas médias (com 50 a 499 funcionários), apesar de elas empregarem menos gente que as pequenas. Já o setor de produção de bens foi responsável pela eliminação dos demais 220 mil postos de trabalho, 48 mil mais que em novembro.
O dado também aumentou a apreensão em relação aos números de emprego que o governo americano divulgará amanhã. Alguns analistas ainda apostam que o corte será inferior aos 533 mil de novembro (que foi o pior resultado em 34 anos), mas há quem diga que ele passará dos 700 mil. Nos 11 primeiros meses do ano passado, 1,9 milhão de postos de trabalho deixaram de existir, e a taxa de desemprego chegou a 6,7%, a maior em 15 anos.


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