São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2000


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PRIVATIZAÇÃO
Banco apresenta patrimônio do grupo e dribla limitações para participar do leilão, marcado para maio
Safra entra na disputa pelo Banespa

RICARDO GRINBAUM
da Reportagem Local

O banco Safra deu um drible nas limitações formais para participar do leilão do Banespa e anunciou oficialmente sua intenção de entrar na disputa.
O Safra apresentou ontem a papelada necessária para se qualificar ao leilão, marcado para maio. Outros bancos com interesse na privatização do Banespa têm até hoje para apresentar a documentação ao Banco Central.
Na bolsa de apostas do mercado financeiro especula-se que pelo menos quatro bancos brasileiros e quatro estrangeiros devem apresentar sua documentação hoje, no primeiro passo formal na disputa pelo Banespa.
O Safra era um dos alvos mais visados pela boataria do mercado. Especulava-se que o Safra se associaria, já no credenciamento, a pequenas instituições ou a um grande banco estrangeiro. Até o momento, o Safra está correndo em raia própria, sem sócios, garante a assessoria do banco.
A iniciativa do Safra foi uma surpresa porque, a princípio, havia a interpretação de que o banco não poderia participar do leilão sem um sócio. Segundo o edital de pré-qualificação, só pode entrar na disputa quem tiver patrimônio superior a R$ 2,3 bilhões.
Como o patrimônio do Safra é de menos de R$ 1 bilhão, imaginava-se que o banco teria de montar um consórcio para atender às exigências do edital.
O Safra encontrou uma maneira original de se qualificar. Ao se credenciar, o Safra não apresentou o patrimônio do banco, mas de todo o grupo. Até o dia 29, o Banco Central divulga a lista dos bancos aprovados na pré-qualificação.
O grupo Safra tem um patrimônio muitas vezes maior do que o exigido pelo edital do Banespa. Além do banco brasileiro, o grupo tem participações em empresas de telefonia, como a BCP e a BSE. Além disso, é dono de bancos nos EUA, em Luxemburgo e nas Bahamas. Em Israel, o Safra é sócio da Cellion, segunda maior empresa de telefonia do país.



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