Sérgio Lima - 2.fev.2000/Folha Imagem

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer

da Reportagem Local

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), defendeu ontem restrições à venda do Banespa e outras empresas em processo de privatização aos grupos de capital estrangeiro.
Temer disse que o projeto de emenda constitucional dos deputados Delfim Netto (PPB-SP), Aloizio Mercadante (PT-SP) e Gerson Peres (PPB-PA), que submete ao Congresso o uso de capital estrangeiro nas privatizações do sistema financeiro, terá prioridade na Câmara.
"Eu darei prioridade. Posso instalar logo uma comissão para estudar a emenda e insistir junto à Comissão de Constituição e Justiça para que dê logo o seu parecer", disse Temer.
Para ele, é possível aprovar a emenda antes da privatização do Banespa, prevista para maio. A proposta foi apresentada ao presidente da Câmara na semana passada com mais de 300 assinaturas. São necessárias 171 assinaturas para a apresentação de uma proposta de emenda constitucional.
Na opinião de Michel Temer, o grande número de assinaturas aponta para uma mobilização dos deputados no sentido de votar rapidamente a proposta.
Segundo o deputado, sua posição não reflete uma postura "nacionalista ideológica". "Acho que é preciso preservar um pouco os valores nacionais. Não tenho nada contra a entrada de capital estrangeiro, mas acho que um mínimo de economia nacional preservada é importante, em todos os setores. É o "nacionalismo programático" do qual o presidente falou".
Questionado sobre o possível atraso dessa preocupação, já que os setores considerados estratégicos -como o das telecomunicações - já foram privatizados, Temer respondeu: "Se pudesse resumir em uma frase, diria: "Antes tarde do que nunca'".


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