São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2000


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APLICAÇÕES
Troca da TR pelo IGP-M permitiria aumentar a remuneração da caderneta sem onerar o mutuário
Governo estuda alteração na poupança

da Sucursal do Rio

O governo federal estuda a possibilidade de alterar o indexador da poupança. A proposta seria trocar a TR (Taxa Referencial), que baliza o custo da captação do dinheiro pelos bancos no BC (Banco Central), pelo IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado).
A idéia é tornar os investimentos em poupança mais atraentes, aumentar a captação de recursos e desse modo ampliar a concessão de crédito habitacional.
A informação foi dada ontem pelo diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, após reunião do Grupo de Acompanhamento do Mercado de Capitais e de Poupança de Longo Prazo, realizada no Rio de Janeiro.
Segundo Darcy, a captação de recursos em caderneta de poupança no ano passado praticamente sofreu uma estagnação.
Já os fundos de investimento, cuja rentabilidade é muito mais elevada, captaram o dobro em relação ao ano anterior.
Os bancos são obrigados por lei a utilizar 60% dos recursos em poupança na concessão de crédito habitacional. Por essa razão, a dificuldade na atração de recursos para a poupança constitui uma séria restrição ao Sistema Financeiro Habitacional e ao Sistema Financeiro Imobiliário.
O indexador da poupança, contudo, é o mesmo usado na atualização das parcelas do crédito imobiliário. Segundo Darcy, a proposta em estudo conta com a tendência de queda do IGP-M.
Para o diretor do Banco Central, por ser o índice que mais se aproxima da inflação, que está em tendência de queda, o IGP-M não encareceria os novos contratos baseados no novo indexador.

Sem milagres
"Não é uma questão simples e não tem solução milagrosa", disse Darcy, enfatizando que se trata de uma das propostas em estudo.
De acordo com ele, várias medidas estão em estudo para aumentar a rentabilidade da caderneta de poupança no longo prazo e reduzir o custo do crédito para o tomador final (mutuário).
Darcy disse que o governo federal tem a intenção de reduzir à metade o custo de impostos e taxas de um financiamento imobiliário, que podem chegar a 6% na concessão de um crédito de R$ 60 mil a R$ 80 mil.
Também estão opinando no assunto os bancos e as construtoras, informou o diretor do BC.
A expectativa da equipe econômica é que a queda dos juros leve os investidores a procurarem aplicações alternativas aos fundos de investimentos.
Darcy informou que todas as propostas em debate deverão estar definidas e virar um projeto a ser apresentado entre o final de fevereiro e o início de março.
(ISABEL CLEMENTE)



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