São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2000


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INCENTIVO

Nova vaga vale US$ 100 por mês na Argentina

VANESSA ADACHI
de Buenos Aires

O governo da Argentina pagará US$ 100 por mês durante um ano às pequenas e médias empresas do país para cada novo emprego gerado.
Essa é uma das principais medidas de uma lei de incentivo a pequenas e médias empresas que será enviada ao Congresso nos próximos dias.
Os subsídios serão concedidos a empresas com menos de 40 funcionários. Existem 330 mil empresas na argentina nessa condição. O salário médio nessas empresas é de US$ 450.
Depois de dedicar seus dois primeiros meses de governo a equilibrar o déficit fiscal do país, com medidas bastante impopulares, como a elevação de impostos, o presidente argentino, Fernando de la Rúa, se volta agora à principal promessa de campanha: a criação de empregos.
Além de uma reforma trabalhista enviada ao Congresso há duas semanas, o governo quer atacar especificamente o problema das pequenas e médias empresas, que, segundo dados oficiais, empregam 75% dos trabalhadores do país. Grande parte, entretanto, trabalha informalmente.
Com esse projeto de subsídios à criação de emprego, o governo De la Rúa quer justamente trazer trabalhadores para a formalidade.
A última década foi marcada por forte deterioração das condições de trabalho no país. A população economicamente ativa é de 13 milhões de pessoas. Apenas 4,8 milhões de trabalhadores têm emprego formal, ou seja, 36,8% da PEA.
A taxa de desemprego, segundo dados oficiais de outubro, está em 13,8%, ou seja, quase 1,8 milhão de pessoas estão desempregadas.
O governo não informou quanto pretende gastar no programa de subsídios. Inicialmente, os subsídios serão pagos com um crédito do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Segundo o secretário de Emprego, Horacio Viqueira, o programa poderia autofinanciar-se depois de colocado em prática.
Estima-se que os impostos e contribuições trabalhistas que passarão a ser recolhidos pelos empresários argentinos a partir da criação de mais empregos formais poderiam financiar o novo programa.



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