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AVIAÇÃO
Decisão do ministro da Defesa concede mais cinco dias de prazo à empresa
Quintão adia suspensão da Vasp
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
Por ordem do ministro da Defesa, Geraldo Quintão, a Vasp ganhou mais cinco dias de prazo antes de ter o embarque de cargas e
passageiros bloqueado por falta
de pagamento à Infraero, estatal
que administra os aeroportos.
Na última sexta-feira, a Justiça
Federal do Rio cassou a liminar
concedida à Vasp no início de dezembro. Graças à liminar, a empresa mantinha seus vôos sem pagar à Infraero as tarifas por apoio
de telecomunicações, tráfego aéreo e auxílio à navegação. Cassada
a liminar, a Infraero ficou autorizada a punir a Vasp de imediato.
Preocupado com os efeitos do
bloqueio dos vôos da Vasp, que
pode levar à falência da empresa,
Quintão determinou cautela aos
órgãos subordinados ao ministério, como a Infraero, o DAC (Departamento de Aviação Civil) e o
comando da Aeronáutica.
Não está claro ainda se o governo apresentará uma alternativa
para salvar a Vasp da falência. Segundo a Folha apurou, não está
descartada a possibilidade de o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiar empresas aéreas
em dificuldade financeira. A discussão no governo leva em conta
a possibilidade de demissão de 8,5
mil funcionários da empresa.
A assessoria da Vasp insistiu
ontem em que pretende promover um ""encontro de contas" com
o governo federal. O acordo consistiria em compensar parte da dívida de mais de R$ 2 bilhões da
empresa com o dinheiro que a
Vasp espera receber da Justiça
numa ação contra prejuízos sofridos durante o congelamento de
preços das passagens. O governo
já vetou essa proposta antes.
Diante da decisão da Justiça Federal, a Vasp anunciou que pretende retomar o pagamento da tarifa devida à Infraero, com um senão. A empresa aceita pagar diariamente cerca de R$ 185 mil, mas
pretende refinanciar a dívida de
mais de R$ 30 milhões acumulada
desde dezembro, data da liminar.
""A Vasp pode pagar R$ 185 mil
em média por dia porque fatura
R$ 4 milhões no mesmo período,
mas a dívida acumulada com base
na liminar será automaticamente
anexada ao passivo", afirmou Rui
Nogueira, porta-voz da Vasp.
A Infraero pretende exigir o pagamento das parcelas atrasadas
nos últimos dois meses. A Vasp já
refinanciou cerca de R$ 300 milhões de dívidas com a Infraero. A
estatal reúne hoje sua diretoria
para discutir o caso, mas adiantou
que a decisão cabe a Quintão. ""As
decisões vêm de cima. A orientação é que não faremos nada de
forma açodada", disse o porta-voz da Infraero, Norberto Brum.
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