São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AVIAÇÃO
Decisão do ministro da Defesa concede mais cinco dias de prazo à empresa
Quintão adia suspensão da Vasp

MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília

Por ordem do ministro da Defesa, Geraldo Quintão, a Vasp ganhou mais cinco dias de prazo antes de ter o embarque de cargas e passageiros bloqueado por falta de pagamento à Infraero, estatal que administra os aeroportos.
Na última sexta-feira, a Justiça Federal do Rio cassou a liminar concedida à Vasp no início de dezembro. Graças à liminar, a empresa mantinha seus vôos sem pagar à Infraero as tarifas por apoio de telecomunicações, tráfego aéreo e auxílio à navegação. Cassada a liminar, a Infraero ficou autorizada a punir a Vasp de imediato.
Preocupado com os efeitos do bloqueio dos vôos da Vasp, que pode levar à falência da empresa, Quintão determinou cautela aos órgãos subordinados ao ministério, como a Infraero, o DAC (Departamento de Aviação Civil) e o comando da Aeronáutica.
Não está claro ainda se o governo apresentará uma alternativa para salvar a Vasp da falência. Segundo a Folha apurou, não está descartada a possibilidade de o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiar empresas aéreas em dificuldade financeira. A discussão no governo leva em conta a possibilidade de demissão de 8,5 mil funcionários da empresa.
A assessoria da Vasp insistiu ontem em que pretende promover um ""encontro de contas" com o governo federal. O acordo consistiria em compensar parte da dívida de mais de R$ 2 bilhões da empresa com o dinheiro que a Vasp espera receber da Justiça numa ação contra prejuízos sofridos durante o congelamento de preços das passagens. O governo já vetou essa proposta antes.
Diante da decisão da Justiça Federal, a Vasp anunciou que pretende retomar o pagamento da tarifa devida à Infraero, com um senão. A empresa aceita pagar diariamente cerca de R$ 185 mil, mas pretende refinanciar a dívida de mais de R$ 30 milhões acumulada desde dezembro, data da liminar.
""A Vasp pode pagar R$ 185 mil em média por dia porque fatura R$ 4 milhões no mesmo período, mas a dívida acumulada com base na liminar será automaticamente anexada ao passivo", afirmou Rui Nogueira, porta-voz da Vasp.
A Infraero pretende exigir o pagamento das parcelas atrasadas nos últimos dois meses. A Vasp já refinanciou cerca de R$ 300 milhões de dívidas com a Infraero. A estatal reúne hoje sua diretoria para discutir o caso, mas adiantou que a decisão cabe a Quintão. ""As decisões vêm de cima. A orientação é que não faremos nada de forma açodada", disse o porta-voz da Infraero, Norberto Brum.



Texto Anterior: Empresa volta a liderar setor
Próximo Texto: Usuário será avisado com antecedência
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.