São Paulo, sexta-feira, 08 de fevereiro de 2008

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TELEFONIA

Oferta da Oi para comprar BrT pode chegar a R$ 5,2 bilhões

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

A Telemar Participações se dispôs a pagar até R$ 5,2 bilhões pelo controle acionário da Brasil Telecom (BrT). A informação foi dada pela própria empresa, em comunicado ao mercado.
Até agora, a cifra conhecida era de R$ 4,8 bilhões. Segundo o comunicado, as negociações se dão numa faixa de R$ 4,5 bilhões a R$ 5,2 bilhões e convergem para o valor médio, o que corresponde a R$ 4,85 bilhões.
Segundo o comunicado, as negociações entre os acionistas controladores da BrT (fundos de pensão e Citigroup) e os do grupo Oi/Telemar continuam avançando, mas não estão concluídas. ""No momento, não há certeza quanto ao valor final do negócio de aquisição do controle, caso as negociações cheguem a bom termo", afirma o texto da empresa.
Ela reafirma que o negócio envolve a compra do controle acionário da BrT pela Telemar Participações e não a fusão das duas teles, o que significa que as empresas podem seguir com estruturas independentes, mas sob o mesmo controle.
As negociações entre as duas empresas começaram em 2006 e vieram à tona quando a Telemar tentou, sem sucesso, fazer uma reestruturação societária de pulverização do controle, na qual todas as ações preferenciais seriam convertidas em ações ordinárias (com direito a voto). As reuniões entre as partes se intensificaram a partir do final de dezembro. O prejuízo do Citigroup com a crise financeira nos EUA teria acelerado as conversas.
O controle acionário da BrT pertence à Solpart Participações, que seria adquirida pela Telemar Participações. A Telemar, por sua vez, também teria uma reestruturação societária: os grupos La Fonte e Andrade Gutierrez Telecomunicações aumentariam sua participação atual (de 10,275% cada um) e assumiriam o controle acionário da holding, junto com o fundo de pensão Atlântico, dos funcionários do grupo Oi/ Telemar, que tem 9%.
Na reestruturação, alguns acionistas sairiam da Telemar -GP Investimentos, Opportunity e, possivelmente, as seguradoras Brasil Veículos e Brasilcap - e o BNDES reduziria sua participação de 25% para 15% em prol dos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, chegou a anunciar que os acionistas das duas teles tinham chegado a um entendimento e que o Planalto encaminharia, na quarta-feira passada, um ofício à Anatel recomendando a mudança do Plano Geral de Outorgas da telefonia fixa, para permitir a compra da BrT pela Oi. A legislação atual não permite que um mesmo grupo detenha duas concessões de telefonia fixa.
Mas o governo recuou e preferiu aguardar um comunicado oficial dos acionistas à Anatel, antes de propor a mudança nas normas.
Segundo a Folha noticiou anteontem, o partido Democratas anunciou que vai contestar na Justiça e no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a compra da BrT pela Oi baseado em parecer jurídico que considera a considera ilegal por aumentar a concentração no mercado de telefonia fixa.


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