|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Auditores veem ameaça à independência
A onda global de regulação
em bancos também deve complicar a vida de auditores. Para
reduzir o risco de um colapso
no estilo da Arthur Andersen,
que foi negligente com a contabilidade da Enron, em 2001, o
Reino Unido criou um novo código de governança para firmas
de auditorias. As "quatro grandes" (PricewaterhouseCoopers, Deloitte, KPMG e Ernst &
Young) deverão, entre outras
obrigações, indicar não executivos independentes para os
trabalhos de auditoria.
Os auditores temem que as
novas regras ameacem sua independência e acarretem conflitos de interesse. "A exigência
de indicar não executivos independentes para nosso modelo
de governança levantou considerações relativas à independência, a conflitos de interesse
e de responsabilidade", disse
Stuart Diack, sócio da auditoria, no Reino Unido.
Para Diack, o Código de Governança de Firmas de Auditorias vai permitir uma melhor
comparação entre as empresas
de auditorias, mas "não prevemos que acrescente algo de modo significativo às nossas responsabilidades regulatórias."
Uma disseminação de regras
mais rigorosas pelo mundo pode ser preocupante, segundo os
auditores. "Uma boa governança é preferível a uma regulação
desproporcional", disse Diack.
"O regime de governança britânico é visto internacionalmente como equilibrado e lógico. Outros países vão julgar se
requerimentos similares são
apropriados as suas necessidades. No Reino Unido, o código
foi introduzido para mitigar o
risco de uma importante firma
de auditoria se retirar do mercado, mas esse risco varia internacionalmente", acrescentou.
"Estamos sempre lidando
com mudanças de regulação",
disse Robert E. Moritz, presidente e sócio da PricewaterhouseCoopers. Para Moritz, o
que é prejudicial é ter incertezas. "À medida que você já sabe
o que muda, você se prepara,
faz ajustes", afirmou Moritz.
O pior é ter incertezas.
À medida que você já
sabe o que muda, você
se prepara, faz ajustes
ROBERT E. MORITZ
presidente e sócio
da Pricewaterhouse (EUA)
A exigência de indicar
não executivos
independentes levantou
considerações relativas
à independência
STUART DIACK
sócio da Deloitte (Reino Unido)
CARAVELA PARA A COPA
Antonio Trindade, presidente do Grupo Porto Bay, rede
de hotelaria portuguesa, com sede na Ilha da Madeira, esteve no Brasil para avaliar oportunidades de aquisições no
setor. Trindade afirma que o país, onde o grupo já possui
três unidades -em São Paulo, Rio e Búzios-, passa por
um bom momento para receber investimentos, impulsionado pela Copa e pelas Olimpíadas. "Já investimos R$ 70
milhões no Brasil e estamos muito motivados a fazer novos projetos em outras capitais." Os hotéis brasileiros do
grupo já estão com ocupação completa para o Carnaval.
IMPACTO NOS SETORES
O setor de papel e celulose foi o que mais sofreu com a
turbulência dos mercados financeiros. As ações dessas
companhias tiveram desvalorização média de 15% na Bovespa no acumulado deste ano até a última sexta-feira, de
acordo com levantamento realizado pela Economática,
que leva em conta a liquidez. Em segundo lugar, ficaram
os papéis do setor de construção, que acumularam queda
de 13%. Ao todo, sete setores tiveram desvalorização acima dos 8,5% registrados pelo Ibovespa, índice que reúne
as 63 ações brasileiras mais negociadas na Bolsa paulista.
CORREDOR 1
Surgiu um novo corredor
de exportação de grãos com
a reativação da logística ferroviária no noroeste de Minas. O número de tradings
que buscam alternativa ao
porto de Santos aumentou.
A mais recente é a Louis
Dreyfus Commodities Brasil, que fechou contrato com
a Ferrovia Centro-Atlântica
para o transporte de 1,5 milhão de toneladas de grãos.
CORREDOR 2
A carga será captada em
Mato Grosso, em Goiás e no
noroeste de Minas Gerais
para exportação pelo porto
de Tubarão, em Vitória, no
Espírito Santo. De janeiro a
setembro do ano passado,
40% do volume total de carga geral transportada pela
FCA foi de produtos agrícolas. A Vale anunciou investimentos de R$ 300 milhões
na região.
O RETORNO 1
Após ficar cerca de um ano
sem um produto voltado para a baixa renda, a Brasilcap
lançou neste mês um título
de capitalização que oferece
descontos de até 50% em
farmácias, o Ourocap Reserva. "Voltaremos a vender para um segmento importante", diz Márcio Lobão, presidente da Brasilcap. A expectativa é comercializar 530
mil títulos até dezembro.
O RETORNO 2
Os pagamentos mensais
do Ourocap Reserva vão de
R$ 30 a R$ 50. Para lançar o
produto, a Brasilcap fez parceria com 6.000 farmácias
do país, que irão oferecer
descontos em medicamentos. O mercado de capitalização possui potencial para
crescer, pois atualmente é o
menor dentro do mercado
de seguros, de acordo com o
presidente da empresa.
Chuvas irão influenciar voto de brasileiro em 2010, diz pesquisa
Em tempos de chuvas e enchentes, mais da metade dos
brasileiros vai levar em consideração os fatores climáticos
na hora de decidir os candidatos que irão escolher nas próximas eleições. Mais de 65%
dos eleitores pretendem avaliar como os candidatos se posicionam sobre o tema, segundo levantamento feito pela
empresa de pesquisas de mercado Market Analysis, com
835 pessoas em nove capitais.
As classes mais baixas são as
mais sensibilizadas pelo tema,
com mais de 60%. Os jovens
são os mais preocupados
-73% dos que têm entre 18 e
24 anos consideram a questão
prioritária. O menor percentual está entre os mais velhos,
entre 55 e 69 anos (52%). As
mulheres (68%) são também
mais interessadas pelo tema
do que os homens (64%).
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
Próximo Texto: Brasil tem a 2ª maior tarifa de celular do mundo Índice
|