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RIQUEZA AMERICANA
Produtividade sobe 5,2% de outubro a dezembro de 2001
Norte-americano produz mais no último trimestre
DA REDAÇÃO
A produtividade do trabalhador norte-americano cresceu nos
últimos três meses do ano passado bem mais do que o estimado
anteriormente. De acordo com o
Departamento do Trabalho norte-americano, no quarto trimestre de 2001 houve ganho de 5,2%.
Mas no ano todo a expansão foi
fraca.
O indicador se soma a vários
outros positivos que foram divulgados nas últimas semanas, justificando a análise otimista feita ontem pelo presidente do Federal
Reserve (BC norte-americano),
Alan Greenspan. Segundo estimativas preliminares feitas pelo
próprio Departamento do Trabalho, a produtividade havia crescido 3,5% entre outubro e novembro do ano passado.
Os dados revisados ficaram acima das projeções mais otimistas.
"Foi inesperado, mas excelente",
disse Jim Glassman, economista
sênior do banco JP Morgan. "O
ritmo de ganho na produtividade
está se acelerando."
Para Greenspan, o aumento na
produtividade gerado pelas novas
tecnologias de produção é a principal explicação para o boom econômico recente dos EUA, ao aumentar as margens de lucro. Entre 1991 e 2001, o país viveu seu
mais longo período de expansão,
interrompido apenas em março
do ano passado, quando entrou
em recessão.
Na avaliação dos economistas
do Federal Reserve, a crescente
produtividade também explica
por que a inflação permaneceu
sob controle, mesmo com o país
crescendo em ritmo acelerado.
Mas o crescimento na produtividade verificado no último trimestre de 2001 apresenta um lado
negativo. Ele se explica pelo grande número de demissões. Com a
freada econômica, as empresas
cortam vagas para reduzir custos.
Quem não perde o emprego acaba trabalhando mais, o que gera
aumento na produção de cada
funcionário.
Outro efeito da freada é a redução nas jornadas de trabalho. O
número de horas gastas no trabalho caiu 3,8% nos três últimos
meses de 2001 -a maior redução
desde o primeiro trimestre de
1991. Já o custo do trabalhador
caiu 2,7% no período -a maior
queda desde 1999.
Ano fraco
Ao longo de todo o ano passado,
a produtividade avançou apenas
1,9%, o ritmo mais lento desde
1995, quando o ganho havia sido
de 0,9%. Também em 2001, o custo do trabalhador cresceu 3,8%
-o maior aumento anual desde
1990.
De maneira geral, a produtividade tende a declinar durante um
ciclo recessivo. No entanto ela se
mostrou resistente durante o ano
passado
"Isso nos lembra que o potencial de crescimento dos Estados
Unidos hoje é muito maior do
que costuma ser", afirmou Glassman. "Por isso o Fed está tranquilo."
Eficiência
Em seu depoimento ontem na
Comissão de Finanças do Senado,
Alan Greenspan afirmou que a recente perda de empregos na economia norte-americana se deve
em parte ao ganho de produtividade ocorrido no passado, que
tornou os trabalhadores do país
mais eficientes.
"Os empregos na indústria têm
caído faz tempo, não porque a indústria está desaparecendo, mas
porque ocorreu um extraordinário aumento no total que cada
empregado produz por hora de
trabalho", afirmou Greenspan.
Senadores quiseram saber do
presidente do Fed se ele não achava que a sobrevalorização do dólar em comparação com outras
moedas não ajuda a explicar a
perda de empregos. Greenspan se
limitou a dizer: "Quando o dólar
ganha força, claramente fica reduzida a capacidade de exportação."
Greenspan relativizou a questão
da cotação do dólar e disse que,
em seu ponto de vista, a maior eficiência explica de maneira mais
coerente a redução nas vagas de
trabalho na indústria do país nos
últimos anos.
O otimismo de Greenspan não
se traduziu em euforia nos mercados financeiros do país. O Dow
Jones e a Nasdaq ficaram praticamente estáveis -ambos caíram
0,46% no pregão de ontem.
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