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Fundos "roubam" aplicações da
caderneta e já captam R$ 11,6 bi
DA REPORTAGEM LOCAL
Recursos da poupança começam a migrar para o mercado de
fundos. Entre janeiro e 27 de fevereiro deste ano, as cadernetas tiveram uma sangria de R$ 2,037 bilhões (resultado dos depósitos
menos os saques), segundo dados
do Banco Central.
Nos dois últimos meses, a captação líquida do mercado de fundos foi de, aproximadamente, R$
11,6 bilhões, de acordo com informações do site Fortuna.
Além do fluxo que deixa a poupança, também estão indo para os
fundos dinheiro que estava parado nas contas correntes e recursos
antes aplicados em dólar.
"O temor de calote da dívida
pública caiu. Com isso, as oscilações nas cotas dos fundos diminuíram. Isso deve estar incentivando as pessoas a voltar", afirma
Marcelo D'Agosto, sócio do Fortuna e da consultoria InvestMate.
De acordo com D'Agosto, pode
estar havendo também uma volta
de recursos que estavam aplicados no exterior no ano passado,
em consequência da crise financeira e do medo do resultado das
eleições.
O problema é que a remuneração líquida dos mais tradicionais
fundos do mercado, os DI e de
renda fixa, tem perdido para a inflação medida pelo IPCA.
Nos últimos 12 meses, os fundos
DI apresentaram retorno líquido
de 14,81%, e os de renda fixa, de
14,44%. No mesmo período, o IPCA atingiu 15,88%.
O risco, segundo analistas, é que
a migração que começou da poupança para os fundos acabe terminando no consumo. Isso pressionaria ainda mais a inflação.
Segundo D'Agosto, se esse cenário de juros reais negativos persistir, é possível que seja reaberta
a discussão sobre a cobrança da
alíquota de 20% de Imposto de
Renda sobre os ganhos dos fundos. "Se não fosse o Imposto de
Renda, a rentabilidade real acumulada dos fundos não estaria
negativa", afirma.
(ÉRICA FRAGA)
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