|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁGUIA SEM TRABALHO
Número de cortes é o maior desde o pós-atentados de 2001; taxa de desemprego cresce para 5,8%
EUA fecham 308 mil postos de trabalho
DA REDAÇÃO
A economia norte-americana
registrou, no mês passado, o
maior número de fechamento de
postos de trabalho desde o período logo após os atentados de 11 de
setembro de 2001 -na época, o
Estados Unidos viviam sua primeira recessão em dez anos. Como consequência, a taxa de desemprego voltou a subir.
Os números sobre o emprego
são acompanhados de perto pelos
investidores, porque, quanto
maior o contingente de pessoas
sem trabalho, menor tende a ser o
consumo, e este representa dois
terços de toda a atividade econômica dos EUA. Os índices negativos enfraqueceram ainda mais o
dólar ante o euro.
Segundo números divulgados
ontem pelo Departamento de
Trabalho dos EUA, 308 mil vagas
foram perdidas em fevereiro. O
saldo entre postos criados e fechados não era tão negativo desde
novembro de 2001, quando o impacto dos atentados a Nova York
e Washington provocou a eliminação de 327 mil empregos.
A taxa de desemprego, que tinha ficado em 5,7% em janeiro,
subiu para 5,8% da população
economicamente ativa. Os analistas já esperavam um ligeiro avanço no índice, mas imaginavam
que haveria uma pequena recuperação do número de postos, e não
uma maciça sangria, como acabou ocorrendo.
Surpresa negativa
A secretária de Trabalho dos
EUA, Elaine Chao, disse que o relatório sobre o desemprego foi
"inesperado e decepcionante".
Mas, para a secretária, o plano de
estímulo econômico do presidente George W. Bush, se aprovado,
criará 1,4 milhão de vagas.
Praticamente 2 milhões de pessoas perderam o emprego desde
março de 2001, quando o total de
trabalhadores ocupados atingiu
seu pico. No mês passado, 8,5 milhões de pessoas estavam sem trabalho nos EUA.
O ambiente de incertezas geopolíticas e de lenta recuperação
econômica impede que as empresas voltem a investir e a contratar
funcionários. As companhias enxugaram drasticamente seus quadros e estão tirando o máximo
dos empregados que foram mantidos, o que fez com que a produtividade norte-americana crescesse no ano passado 4,8% -o mais
intenso ritmo desde 1950.
Pierre Ellis, economista da consultoria Decision Economics, em
Nova York, classificou os números sobre o emprego como "catastroficamente fracos".
"Uma perda de empregos nessas proporções pode se traduzir
em um sério estrago nos gastos
dos consumidores", afirmou Ellis.
"Uma queda no consumo colocaria a economia em recessão muito
rapidamente."
Um em cada cinco desempregados norte-americanos está sem
trabalhar há mais de 6 meses, de
acordo com o Departamento de
Trabalho. Trabalhadores desempregados há 27 semanas ou mais
foram responsáveis por 22% da
taxa de desemprego em fevereiro,
acima do índice de 19,8% registrado em janeiro. É a maior proporção desde os 23,1% registrados
em outubro de 1992.
Bolsas
O aumento no desemprego teve
um efeito negativo nos mercados
norte-americanos, mas, no final,
prevaleceu a sensação de que o
impasse em relação ao Iraque pode estar perto do fim. O índice
Dow Jones da Bolsa de Nova York
registrou alta de 0,86%, enquanto
a Nasdaq subiu 0,18%.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Sabatina: Novos diretores do BC vão ao Senado na 3ª Próximo Texto: Oráculo: Para Greenspan, globalização atenua recessões Índice
|