São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

ADEQUAÇÃO DE JUROS
Quando a Selic estava em 23% ao ano, governo e agricultores negociaram uma taxa de 8,75% para o setor. A Selic foi sendo ajustada para baixo, mas os juros agrícolas não a acompanharam, ficando estáveis.

RISCO PERMANECE
Carlos Sperotto, da Farsul, diz que é hora de um ajuste. Considerados os parâmetros de 8,75% para uma Selic de 23%, os juros atuais deveriam recuar para 4,85%, já que a taxa caiu ontem para 12,75%. Não dá para entrar em novo plano de safra sem essa mudança, diz ele.

SEM INDUSTRIALIZAÇÃO
Dados divulgados ontem pela Abiove mostram o distanciamento cada vez maior do Brasil da industrialização de produtos e o avanço das exportações apenas de matérias-primas.

OS NÚMEROS
Nas últimas cinco safras de soja, a produção brasileira aumentou em 33%. Nesse mesmo período, o país elevou em 53% as exportações de grãos e diminuiu em 3% as de farelo de soja. Já as vendas externas de óleo subiram apenas 8%.

ROÇA DO MUNDO
Com sérios desvios na tributação desses produtos, o país desincentiva a industrialização interna e incentiva as exportações apenas de matérias-primas. Com isso, o país caminha para ser a roça do mundo, ao contrário do que fazem os vizinhos argentinos, que priorizam as exportações de produtos com maior valor agregado.

LIDERANÇA NO CAFÉ
Em um período em que as exportações de café bateram recorde em 12 meses, a Unicafé se manteve na liderança das vendas externas em fevereiro -145 mil sacas no período. A Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé veio a seguir, com 134 mil sacas. As duas mantêm a liderança também no acumulado do bimestre.

OVOS EM ALTA
A queda no alojamento de animais na avicultura nos últimos meses afetou o número de poedeiras. Com isso, houve redução na oferta de ovos e elevação nos preços do produto para o maior patamar em 23 meses.

CONSUMO AQUECIDO
A situação foi agravada ainda mais pelo inesperado consumo aquecido de fevereiro, um mês tradicionalmente mais fraco para o setor, segundo o analista José Carlos Teixeira. Bom para o setor, que vinha operando com prejuízo, diz Teixeira.

PREÇO PREOCUPANTE
O início da nova safra de cana pode inaugurar um período de baixa no setor e vai exigir atenção dos fornecedores independentes, afirmou Manoel Ortolan, da Orplana, à Reuters. O preço atual pago pela cana já está próximo do nível dos custos e deve cair mais nos próximos meses, com a entrada da nova safra, segundo ele.


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