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Foco
Produtora de TV perde oportunidade de trabalho por mudança de celular
MARCELA CAMPOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A produtora de TV Marina
Perroud, 27, não consegue
"nem estimar o prejuízo" que
teve ao trocar de operadora de
celular -e, portanto, de número. "Perdi várias oportunidades de trabalho. Mudei três
vezes de operadora e quatro de
número, em um período de
três anos. Na primeira vez,
deixei a Claro e fui para a TIM.
Depois, na TIM, não quiseram
me dar um bônus ao qual tinha
direito, liguei para reclamar.
Ofereceram desconto na conta, que não aceitei, e, por uma
confusão, acabaram cancelando minha linha", conta ela.
No caso do cancelamento, a
operadora prometeu que restabeleceria o serviço em cinco
dias úteis, mas depois de 20
dias a situação era a mesma.
"Até na loja da operadora a
atendente recomendou que
comprasse uma nova linha."
Em outra ocasião, no ano
passado, a produtora teve o celular roubado e foi obrigada a
cancelar a linha. "Perdi contatos que só tinha na agenda do
aparelho. Só que faço muitos
trabalhos como produtora
free-lance e essa cliente, na
época das eleições, só tinha o
número do meu celular. E eu
só tinha o dela no meu aparelho. Não tenho mais como
chegar a ela."
Marina estima ainda ter
perdido várias outras chances,
mas diz que é impossível definir o prejuízo.
Hoje, afirma que voltou para
a Claro, mas "sem ilusões".
"Elas [as operadoras] são ótimas até que você precise delas.
Não crio mais expectativas em
relação a nenhuma."
Obstáculo
Segundo pesquisa da TNS
InterScience, manter o número da linha do celular é importante para 87% dos usuários
de telefonia móvel. Desses,
57% dizem que a perda do número é obstáculo para a migração para outra operadora.
No Japão, em 2006, dias depois da implantação da "portabilidade numérica" -que permite ao consumidor migrar de
operadora levando o número
da linha-, a segunda maior
companhia de telefonia móvel
teve aumento de 80 mil assinantes, enquanto a líder de
mercado registrou decréscimo
de 60 mil no período.
Segundo o jornal "El Pais",
na Espanha a portabilidade
acirrou a competição em um
mercado com mais de um celular por habitante e permitiu
que 8 milhões de clientes trocassem de operadora nos últimos cinco anos -18% da base
atual de celulares do país.
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