São Paulo, quinta-feira, 08 de março de 2007

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Foco

Produtora de TV perde oportunidade de trabalho por mudança de celular

MARCELA CAMPOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A produtora de TV Marina Perroud, 27, não consegue "nem estimar o prejuízo" que teve ao trocar de operadora de celular -e, portanto, de número. "Perdi várias oportunidades de trabalho. Mudei três vezes de operadora e quatro de número, em um período de três anos. Na primeira vez, deixei a Claro e fui para a TIM. Depois, na TIM, não quiseram me dar um bônus ao qual tinha direito, liguei para reclamar. Ofereceram desconto na conta, que não aceitei, e, por uma confusão, acabaram cancelando minha linha", conta ela.
No caso do cancelamento, a operadora prometeu que restabeleceria o serviço em cinco dias úteis, mas depois de 20 dias a situação era a mesma. "Até na loja da operadora a atendente recomendou que comprasse uma nova linha."
Em outra ocasião, no ano passado, a produtora teve o celular roubado e foi obrigada a cancelar a linha. "Perdi contatos que só tinha na agenda do aparelho. Só que faço muitos trabalhos como produtora free-lance e essa cliente, na época das eleições, só tinha o número do meu celular. E eu só tinha o dela no meu aparelho. Não tenho mais como chegar a ela."
Marina estima ainda ter perdido várias outras chances, mas diz que é impossível definir o prejuízo.
Hoje, afirma que voltou para a Claro, mas "sem ilusões". "Elas [as operadoras] são ótimas até que você precise delas. Não crio mais expectativas em relação a nenhuma."

Obstáculo
Segundo pesquisa da TNS InterScience, manter o número da linha do celular é importante para 87% dos usuários de telefonia móvel. Desses, 57% dizem que a perda do número é obstáculo para a migração para outra operadora.
No Japão, em 2006, dias depois da implantação da "portabilidade numérica" -que permite ao consumidor migrar de operadora levando o número da linha-, a segunda maior companhia de telefonia móvel teve aumento de 80 mil assinantes, enquanto a líder de mercado registrou decréscimo de 60 mil no período.
Segundo o jornal "El Pais", na Espanha a portabilidade acirrou a competição em um mercado com mais de um celular por habitante e permitiu que 8 milhões de clientes trocassem de operadora nos últimos cinco anos -18% da base atual de celulares do país.


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