|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HABITAÇÃO
Metade ficará para pobres
Governo dá R$ 1 bilhão para financiar imóveis
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva deverá anunciar amanhã um
pacote de mais de R$ 1 bilhão para
financiar a compra de imóveis
novos e usados. A metade desses
recursos deverá se destinar às famílias com renda de um a três salários mínimos (R$ 720).
O pacote de incentivo à compra
de imóveis faz parte do programa
do governo de desenvolver uma
série de iniciativas com o objetivo
de reativar a economia.
O governo também está elaborando um conjunto de medidas
para estimular a concessão de crédito no país por meio de bancos
oficiais.
Os recursos do programa habitacional a ser anunciado amanhã
por Lula deverão ter origem em
diversas fontes. Entre elas, o FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador) e o FGTS (Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço). O pacote
está sendo definido em conjunto
pelo Ministério da Cidade e pela
CEF (Caixa Econômica Federal).
O secretário Nacional da Habitação, Jorge Hereda, confirma
que estão sendo elaboradas pelo
governo diversas propostas para
o incentivo à aquisição de imóveis
novos e usados, inclusive para a
área rural. Com esse programa de
incentivo à habitação, o governo
pretende criar 500 mil novos empregos diretos neste ano.
Outro pacote de incentivo à
economia em elaboração pelo governo é oferecer microcréditos
sem a exigência de comprovação
de rendimentos. O secretário de
Política Econômica do Ministério
da Fazenda, Marcos Lisboa, avalia
a experiência do BNB (Banco do
Nordeste), que é federal.
A Folha apurou que a idéia em
estudo no governo tem como objetivo fazer com que as pessoas tenham contas bancárias movimentadas apenas com um cartão
eletrônico. Dessa forma, deixariam de pagar tarifas bancárias. A
partir dessas contas, esses clientes
teriam acesso ao crédito.
Inicialmente, a idéia é que os
bancos públicos federais separem
uma parcela dos seus recursos para destinar a operações de crédito
para a população de baixa renda.
O valor mínimo do empréstimo
simplificado não está definido.
O governo estuda alterar normas do BC para facilitar o acesso
da população de baixa renda ao
crédito bancário. A mudança nos
normativos do BC seria necessária para fazer com que o microcrédito pudesse ser oferecido de
maneira generalizada, inclusive
pelos bancos privados.
O Banco do Brasil e a Caixa poderão operar em parceria com
ONGs e cooperativas de crédito,
que funcionariam como intermediários entre o banco e a população. Experiência semelhante já é
tocada no país pelo BNDES.
Além disso, há cinco anos o
BNB oferece empréstimos que variam de R$ 200 a R$ 6.000 para
pessoas físicas que declaram ter
pelo menos um ano de atividade
econômica. Além disso, precisam
ter o nome "limpo" nos serviços
de proteção ao crédito.
O coordenador de Microcrédito
do BNB, Stélio Lira, disse que o
banco já tem 120 mil clientes com
um crédito médio de R$ 800 e a
inadimplência é baixa: 2,9% para
mais de um dia de atraso.
Segundo Lira, as pessoas não
precisam comprovar seu faturamento. A capacidade de pagamento do cliente é medida em
uma entrevista.
Colaborou Ney Hayashi da Cruz,
da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Luís Nassif: Os cem dias de Lula Próximo Texto: Curto-circuito: Falta energia para PIB crescer, diz Lessa Índice
|