São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OPERAÇÃO NARCISO

A pedido da Daslu, Justiça reconvoca testemunhas

DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça Federal de Guarulhos vai ouvir novamente todas as testemunhas de acusação no processo movido contra Eliana Tranchesi, proprietária da Daslu, e seu irmão Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da loja, por suspeita de irregularidades em importações da butique.
Tranchesi, Piva de Albuquerque e donos de quatro importadoras que fizeram operações com a loja são réus em processo criminal iniciado no ano passado. São acusados de crimes de fraudes na importação da butique, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Eles negam irregularidades nas importações da loja. Em seu depoimento à Justiça, Tranchesi afirmou que, caso tenha havido irregularidades nas operações da Daslu, teriam sido cometidas sem o seu conhecimento.
As testemunhas de acusação serão reconvocadas a pedido da defesa da Daslu, que alegou ter sido prejudicada pelo fato de Piva de Albuquerque não estar presente nos primeiros depoimentos das testemunhas.
A juíza da 2ª Vara Federal de Guarulhos, Maria Isabel do Prado, informou, por meio da assessoria da Justiça Federal, que os advogados de defesa haviam pedido nulidade de todos os depoimentos. "A juíza não decretou a nulidade, mas acolheu o pedido para reinquirir as testemunhas", informou a assessoria.
O procurador Matheus Baraldi Magnani, que atua no caso, havia informado à Folha no início de março que a Daslu utilizava estratégias jurídicas para atrapalhar o andamento do processo em que são acusados de subfaturar as importações para burlar o fisco e fugir do pagamento de tributos.
Na ocasião, disse: "Como será muito difícil se defenderem das provas materiais, porque a denúncia está muito bem fundamentada, eles vão se amparar em estratégias processuais".
Duas testemunhas de acusação afirmaram à Justiça que a loja estava envolvida em prática de subfaturamento. Uma delas é uma ex-gerente de importação da Daslu, que afirmou que Tranchesi estava diretamente envolvida no suposto esquema. Mariangela Tranchesi, ex-cunhada de Tranchesi, também confirmou o subfaturamento de mercadorias por meio de notas fiscais fraudadas.
Uma ex-funcionária do setor de importados, afirmou, entretanto, que Tranchesi não tratava da parte administrativa e financeira da loja. Essa função, segundo ela, seria exercida por seu irmão. (CR)

Texto Anterior: Aracruz registra lucro 73% maior no início do ano
Próximo Texto: Promessa: Política não afeta economia, afirma Fazenda
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.