São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Indicador sobre trabalho eleva temor de que Fed mantenha alta dos juros; dólar avança 0,94%

EUA interrompem seqüência de alta da Bolsa

DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE

O temor de novas altas na taxa de juros dos Estados Unidos deu um banho de água fria no mercado ontem e interrompeu longa seqüência de bons resultados.
Após sete altas seguidas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, recuou 0,91%, para 38.926 pontos. Já o dólar, que caíra nos últimos seis pregões, fechou em alta de 0,94%, vendido a R$ 2,150. Na semana, entretanto, a Bovespa subiu 2,57% e o dólar caiu 0,69%.
Ontem, os mercados abriram otimistas, mas o humor dos investidores virou após a divulgação do relatório do emprego nos EUA logo pela manhã. O Departamento de Trabalho anunciou que o desemprego caiu de 4,8% em fevereiro para 4,7% em março, o menor índice desde julho de 2001. Foram criados 211 mil postos de trabalho no mês passado.
Os dados, que indicam o aquecimento do mercado de trabalho no país, reforçam a perspectiva de que o Federal Reserve (o banco central norte-americano) deve manter o aperto monetário e promover novas altas dos juros.
"O mercado teve um dia salutar de realizações, mas apimentado pelo cenário internacional e pelo avanço dos treasuries", diz Marco Melo, diretor de pesquisa da corretora Ágora Senior.
O rendimento dos títulos do Tesouro americano de dez anos, principal referencial de juros a longo prazo, atingiu 4,957%. Em tese, taxas maiores nos EUA indicam menor fluxo de recursos para países emergentes. "A tendência de queda do dólar já não é tão clara", diz Jorge Knauer, gerente de câmbio do Banco Prosper.
Para reforçar a tendência negativa no mercado, o dia foi de realização de lucros também nas Bolsas americanas. O Dow Jones, o índice mais importante de Wall Street recuou 0,86%, para 11.120 pontos. Já o indicador da Nasdaq, Bolsa que reúne empresas de tecnologia, caiu 0,94%, para 2.339.
No âmbito doméstico, o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março -que apurou inflação de 0,43%, levemente acima da estimativa do mercado- confirmou perspectiva de que o Copom (Comitê de Política Monetário do BC) cortará a taxa básica de juros em 0,75 ponto na sua próxima reunião.


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