São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006

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RISCOS À VISTA

Em relatório, ministros do bloco afirmam que economias estão vulneráveis a possíveis crises financeiras

UE diz estar despreparada para turbulências

DA BLOOMBERG

Os órgãos reguladores da UE (União Européia) não estão preparados para as crises financeiras, numa época em que os fundos de hedge e as empresas de participações oferecem riscos crescentes à economia, disseram os ministros da Fazenda da UE em relatório confidencial.
Os órgãos de supervisão nacionais precisam reforçar o planejamento contingencial e realizar mais simulações de gerenciamento de crises, como foi defendido nos últimos planos de trabalho, informou o relatório a ser discutido pelos ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais dos países do bloco, que se reunirão em Viena, na Áustria, hoje.
"Desde 2004, os avanços da maioria dos países-membros têm sido insuficientes", segundo documento obtido pela Bloomberg. O documento conclama os ministros da Fazenda da região a acolher os apelos por uma maior cooperação e preparação na reunião que se realizará no mês que vem.
Os órgãos reguladores e os presidentes dos BCs do mundo inteiro estão aguçando sua vigilância contra os abalos potenciais impostos aos sistemas financeiros pela intensificação da tomada de empréstimos, das transações em Bolsa e do emprego de derivativos por parte dos fundos de hedge, que administram US$ 1 trilhão em todo o mundo. Os fundos de hedge, agressivos, investem em vários mercados e tomam financiamento para elevar a aplicação.
O Goldman Sachs Group Inc. disse no dia 23 de março que os investidores do mundo inteiro pretendem aplicar 28% mais em recursos nos fundos de hedge neste ano. O banco de investimentos fundamentou sua projeção numa pesquisa realizada com investidores que têm um total de US$ 650 bilhões em ativos aplicados em fundos de hedge, que poderão tentar obter retornos mais altos por meio de estratégias de maior risco do que as que são permitidas para os fundos de pensão convencionais ou para os fundos mútuos.
"Os fundos de hedge podem contribuir para a maior eficiência do mercado e para a socialização dos riscos, mas podem também se tornar uma fonte de riscos sistêmicos", disse o relatório da UE. Os órgãos reguladores devem "continuar a monitorar as possíveis ameaças a fim de garantir a integridade do mercado, a defesa dos investidores e o correto funcionamento dos mercados, além da estabilidade financeira".
O documento advertiu os países para que controlem suas dívidas, ao afirmar que "os altos níveis de endividamento continuam sendo um dos principais fatores de risco para vários países-membros".


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