São Paulo, domingo, 08 de abril de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Fiocca anuncia números recordes no dia de sua despedida do BNDES

Demian Fiocca, presidente do BNDES, deverá fechar seu período à frente da instituição com chave de ouro. Amanhã, o presidente Lula deverá se reunir com o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, para discutir a troca de guarda no BNDES. Nesse mesmo dia, Fiocca irá anunciar números recordes do desempenho do banco. Nunca o BNDES emprestou tanto dinheiro.
Os números a serem apresentados por Fiocca impressionam. Nos últimos 12 meses até março, os desembolsos chegaram perto de R$ 60 bilhões, uma marca que vem sendo perseguida pelo banco desde o início do governo Lula e que sempre pareceu muito distante de ser atingida. Só de março para fevereiro, os desembolsos cresceram 80%.
Também espantam os valores a serem anunciados de aprovações, enquadramentos e consultas. Os números correspondentes a esses itens praticamente triplicaram de fevereiro para março.
Chama a atenção principalmente o desempenho das consultas, um dos melhores termômetros da economia para indicar a disposição do empresariado em fazer novos investimentos. Até fevereiro, as consultas já somavam R$ 108,9 bilhões nos últimos 12 meses. No novo número, até março, devem somar cerca de R$ 120 bilhões, praticamente o dobro dos R$ 60 bilhões que o BNDES tinha estabelecido como meta de desembolso para o ano.
Os números do BNDES refletem evidentemente o bom momento que a economia atravessa no momento. Todos os indicadores são extremamente favoráveis, e no BNDES não seria diferente. Ao anunciar esses números recordes, Fiocca não deixará de reconhecer o vento a favor da economia, mas também vai deixar claro que parte desses recordes se deve também à gestão do banco.
Se for concretizada a troca de guarda no banco, o sucessor de Fiocca irá ter uma vida bem facilitada. Trata-se de o melhor momento da história do banco.

INVESTIMENTO D'ALÉM-MAR
Depois de comprar o Praia do Forte Ecoresort e Thalasso Spa e da operação de private equity na empresa paranaense Providência, o grupo português Espírito Santo mira em novas direções. Presidido por Ricardo Espírito Santo, o BES Investimento, braço financeiro e bancário do grupo no Brasil, foca em investimentos em infra-estrutura e serviços sob concessão, como estradas. A perspectiva, ainda na fase de estudos, é captar recursos aqui e lá fora, principalmente na península ibérica, e formar fundos de investimentos para fechar os negócios. O grupo atua no mercado brasileiro desde os anos de 1970 e tem 7% de participação em ações ordinárias no Bradesco e 9,7% na Bradespar.

DAS ARÁBIAS
O Arábia chega a seus 20 anos com o plano de dobrar a carteira de clientes em 2007. A empresa, que começou como restaurante apenas, hoje tem uma rotisserie nos Jardins (SP) e fornece produtos para outras companhias, supermercados e delicatessens, além da fazer serviço de buffet. Entre os clientes, estão desde o Banco Central até o consulado americano, além de hospitais e clubes.

CONSUMO DE PÁSCOA
Mais da metade da população brasileira pretende comprar ovos de chocolate nesta Páscoa. O percentual que vai comprar ovos chega a 55%. Entre os principais consumidores estão os homens, com idade entre 25 e 35 anos e renda familiar superior a R$ 1.801. As informações são do Ipsos.

USINAS
O grupo Equipav investirá US$ 250 milhões na construção de duas usinas, uma em Chapadão do Sul (MS) e outra em Chapadão do Céu (GO). As novas unidades deverão processar mais de 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com previsão de início de operações para 2009 e 2010. O grupo já tem uma usina em funcionamento em Promissão (SP) e outra em fase final de construção em Brejo Alegre (SP).

SHOPPING
As marcas Mr. Cat, Pepper e Seletti entram no mix de lojas do Shopping Villa-Lobos neste ano.

INDÚSTRIA
A Fiesp lança amanhã o site "Atlas de Competitividade da Indústria Paulista". O levantamento reúne informações detalhadas dos 645 municípios e de 287 segmentos da indústria paulista. De acordo com o material, somente dez municípios são responsáveis por 61% do valor adicionado da indústria do Estado. São eles São Paulo, Campinas, Guarulhos, São Bernardo, Jundiaí, Osasco, São José dos Campos, Santo André, Sorocaba e Mogi das Cruzes, onde cerca de 20% da mão-de-obra industrial tem curso superior. Os dois maiores salários médios pagos pela indústria estão em São José dos Campos (R$ 3.469,89) e Gavião Peixoto (R$ 2.986,02), onde se concentram as plantas da Embraer.

INFRA-ESTRUTURA
A Abdib prepara uma nova pesquisa sobre agências reguladoras nas áreas de infra-estrutura, desta vez para saber a avaliação que as empresas fazem do desempenho operacional dessas instituições.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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