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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Crise recessiva dos EUA vai demorar um ano, diz economista
Nos últimos dias, os mercados têm se mostrado mais calmos. A sensação geral entre os
analistas e operadores do mercado financeiro é a de que o
pior da crise já passou.
Na avaliação de muitos, as
ações do Fed (o banco central
americano), ao derrubar os juros e salvar as instituições financeiras em dificuldade, principalmente o Bear Stearns, teriam sido suficientes para afastar a possibilidade de uma crise
sistêmica no mercado financeiro global.
Daqui para a frente, o setor
produtivo é que sentirá os efeitos da recessão. Se a tese for
correta, a crise poderia estar
perto do fim. O ajuste no mercado americano seria, então,
menos doloroso do que se imaginava antes.
O economista-chefe da Unibanco Asset Management, Alexandre Mathias, acha muito cedo para tirar qualquer conclusão da crise. Ele acha que a recessão nos Estados Unidos ainda vai demorar mais tempo do
que a média das crises depois
do "crash" de 29.
As crises nos EUA demoraram em média oito meses nas
últimas décadas e é esse mais
ou menos o tempo que muitos
apostam que dure a tempestade de hoje.
Mathias acha, no entanto,
que deverá levar mais tempo,
por volta de um ano. Para ele, a
recessão começou em dezembro e só deve terminar no início
do próximo ano. Nesse tempo,
o mercado ainda deverá passar
por grandes sobressaltos.
Já para o departamento de
pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, a economia
americana deve sofrer uma
contração da atividade econômica nos primeiros dois trimestres do ano e depois irá
apresentar alguma recuperação no segundo semestre, principalmente no quarto trimestre, em razão dos efeitos dos estímulos fiscais e monetários na
economia.
Mesmo com esses estímulos
da política econômica, o Bradesco prevê que a economia
americana cresça dois pontos
percentuais abaixo do potencial em 2008 e cerca de um
ponto aquém do potencial em
2009.
FIBRA
A Companhia Têxtil de Castanhal fechou contrato com a
rede italiana Yamamay para fornecer sacolas de juta para os
500 pontos-de-venda da rede na Europa- 480 deles na Itália. No primeiro lote, serão entregues 200 mil sacolas feitas
com a fibra. "A sacola de plástico que o cliente ganha na loja
polui o ambiente, e a de juta, não, porque é biodegradável",
diz Oscar Borges, presidente da Companhia Têxtil de Castanhal. O primeiro lote foi vendido por 210 mil. A Yamamay
se comprometeu a realizar uma doação de 50 mil para o Fundo Amazonas Sustentável. O lançamento das sacolas será realizado hoje, em Milão, com as presenças de Borges e do governador do Amazonas, Eduardo Braga.
PROTEÇÃO INDUSTRIAL
O grupo Sperian Brasil,
que produz equipamentos
de proteção industrial,
abre no dia 16, em Jundiaí (SP), a primeira subsidiária na América Latina. O investimento é de
US$ 15 milhões. "O Brasil
é o maior mercado da região, mas ainda falta informação sobre segurança
aos usuários", diz Christian Steyer, diretor-geral
da empresa. A fábrica deve gerar 800 empregos diretos no primeiro ano de
operações. A princípio, de
60% a 70% da produção
deve ir para o mercado interno e o restante abastecerá, principalmente, os
mercados da Argentina,
do Chile e do Uruguai.
NO RADAR
Dois anos após a francesa
Thales ter adquirido o controle da Omnisys Engenharia, o Brasil começa a exportar radares Banda L. O início
da exportação foi comunicado ao governo brasileiro na
semana passada durante a
visita ao Brasil do presidente
da Thales International,
Jean-Paul Perrier, e do vice-presidente sênior da divisão
Air Systems da empresa,
Alexandre de Juniac. O primeiro contrato de radares
Banda L, faixa de freqüência
usada para controlar rotas
de aviões entre aeroportos,
foi fechado com Cingapura e
há negociações com a China.
CRÉDITO
As novas normas do CMN
beneficiam a entrada de
bancos de porte médio no
segmento de crédito imobiliário. O banco CR2 começa
a operar nesse mercado e a
meta é atingir uma carteira
de R$ 30 milhões no primeiro semestre.
ARGAMASSA
A Votorantim Cimentos
concluiu a aquisição de uma
fábrica de argamassas no interior de SP. Instalada no
município de Cajamar, a fábrica pertencia à Qualimat,
unidade de argamassas básicas da francesa Parex. Com a
compra, a Votorantim Cimentos quer aumentar em
10% sua capacidade de produção de argamassas básicas
-hoje em 1,5 milhão de toneladas ao ano. A fábrica de
Cajamar abastecerá Grande
São Paulo, Jundiaí, Campinas e Baixada Santista.
NA PAREDE
A Lukscolor vai investir
R$ 8 milhões em mídia neste
ano e ampliar sua capacidade de produção, de 9 milhões de litros, em mais de
20%. Sua linha de tintas perfumadas, segundo a empresa, impulsionou um crescimento de mais de 150% desde 2001. A empresa apresenta hoje, na Feicon, seu novo
catálogo de cores.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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