São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Crise recessiva dos EUA vai demorar um ano, diz economista

Nos últimos dias, os mercados têm se mostrado mais calmos. A sensação geral entre os analistas e operadores do mercado financeiro é a de que o pior da crise já passou.
Na avaliação de muitos, as ações do Fed (o banco central americano), ao derrubar os juros e salvar as instituições financeiras em dificuldade, principalmente o Bear Stearns, teriam sido suficientes para afastar a possibilidade de uma crise sistêmica no mercado financeiro global.
Daqui para a frente, o setor produtivo é que sentirá os efeitos da recessão. Se a tese for correta, a crise poderia estar perto do fim. O ajuste no mercado americano seria, então, menos doloroso do que se imaginava antes.
O economista-chefe da Unibanco Asset Management, Alexandre Mathias, acha muito cedo para tirar qualquer conclusão da crise. Ele acha que a recessão nos Estados Unidos ainda vai demorar mais tempo do que a média das crises depois do "crash" de 29.
As crises nos EUA demoraram em média oito meses nas últimas décadas e é esse mais ou menos o tempo que muitos apostam que dure a tempestade de hoje.
Mathias acha, no entanto, que deverá levar mais tempo, por volta de um ano. Para ele, a recessão começou em dezembro e só deve terminar no início do próximo ano. Nesse tempo, o mercado ainda deverá passar por grandes sobressaltos.
Já para o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, a economia americana deve sofrer uma contração da atividade econômica nos primeiros dois trimestres do ano e depois irá apresentar alguma recuperação no segundo semestre, principalmente no quarto trimestre, em razão dos efeitos dos estímulos fiscais e monetários na economia.
Mesmo com esses estímulos da política econômica, o Bradesco prevê que a economia americana cresça dois pontos percentuais abaixo do potencial em 2008 e cerca de um ponto aquém do potencial em 2009.

FIBRA

A Companhia Têxtil de Castanhal fechou contrato com a rede italiana Yamamay para fornecer sacolas de juta para os 500 pontos-de-venda da rede na Europa- 480 deles na Itália. No primeiro lote, serão entregues 200 mil sacolas feitas com a fibra. "A sacola de plástico que o cliente ganha na loja polui o ambiente, e a de juta, não, porque é biodegradável", diz Oscar Borges, presidente da Companhia Têxtil de Castanhal. O primeiro lote foi vendido por 210 mil. A Yamamay se comprometeu a realizar uma doação de 50 mil para o Fundo Amazonas Sustentável. O lançamento das sacolas será realizado hoje, em Milão, com as presenças de Borges e do governador do Amazonas, Eduardo Braga.

PROTEÇÃO INDUSTRIAL

O grupo Sperian Brasil, que produz equipamentos de proteção industrial, abre no dia 16, em Jundiaí (SP), a primeira subsidiária na América Latina. O investimento é de US$ 15 milhões. "O Brasil é o maior mercado da região, mas ainda falta informação sobre segurança aos usuários", diz Christian Steyer, diretor-geral da empresa. A fábrica deve gerar 800 empregos diretos no primeiro ano de operações. A princípio, de 60% a 70% da produção deve ir para o mercado interno e o restante abastecerá, principalmente, os mercados da Argentina, do Chile e do Uruguai.

NO RADAR
Dois anos após a francesa Thales ter adquirido o controle da Omnisys Engenharia, o Brasil começa a exportar radares Banda L. O início da exportação foi comunicado ao governo brasileiro na semana passada durante a visita ao Brasil do presidente da Thales International, Jean-Paul Perrier, e do vice-presidente sênior da divisão Air Systems da empresa, Alexandre de Juniac. O primeiro contrato de radares Banda L, faixa de freqüência usada para controlar rotas de aviões entre aeroportos, foi fechado com Cingapura e há negociações com a China.

CRÉDITO
As novas normas do CMN beneficiam a entrada de bancos de porte médio no segmento de crédito imobiliário. O banco CR2 começa a operar nesse mercado e a meta é atingir uma carteira de R$ 30 milhões no primeiro semestre.

ARGAMASSA
A Votorantim Cimentos concluiu a aquisição de uma fábrica de argamassas no interior de SP. Instalada no município de Cajamar, a fábrica pertencia à Qualimat, unidade de argamassas básicas da francesa Parex. Com a compra, a Votorantim Cimentos quer aumentar em 10% sua capacidade de produção de argamassas básicas -hoje em 1,5 milhão de toneladas ao ano. A fábrica de Cajamar abastecerá Grande São Paulo, Jundiaí, Campinas e Baixada Santista.

NA PAREDE
A Lukscolor vai investir R$ 8 milhões em mídia neste ano e ampliar sua capacidade de produção, de 9 milhões de litros, em mais de 20%. Sua linha de tintas perfumadas, segundo a empresa, impulsionou um crescimento de mais de 150% desde 2001. A empresa apresenta hoje, na Feicon, seu novo catálogo de cores.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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