São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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Inflação do 1º trimestre é de 7,1% na Venezuela

Número deixa mais distante meta de 11% no ano

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

A inflação venezuelana fechou o primeiro trimestre deste ano com taxa de 7,1%, informou ontem o Banco Central.
O resultado deixa ainda mais distante a meta estabelecida pelo governo Hugo Chávez de terminar este ano com um acumulado de 11%.
Apesar de continuar registrando uma inflação bastante acima da média regional, o governo venezuelano comemorou ontem a desaceleração do índice -1,7% em março, contra 2,1%, em fevereiro, e 3,1% em janeiro, mês em que entrou em vigor a nova moeda, o bolívar forte, acompanhada de um corte de três zeros.
"As políticas econômicas do governo venezuelano dão conta de uma blindagem que nos vai permitir estar bastante tranqüilos em relação à situação de desequilíbrio econômico no âmbito mundial", disse o ministro do Planejamento, Haiman el Troudi, no anúncio do índice inflacionário.
Entre as principais medidas do governo venezuelano contra a inflação estão o aumento da taxa de juros e a diminuição do gasto público.
Neste caso, uma das decisões mais visíveis foi atrasar os pagamentos à empresa brasileira Odebrecht para as obras de ampliação do metrô de Caracas, capital do país.
A desaceleração da inflação em março coincidiu também com a implantação de um novo cálculo do índice, que agora passou a abranger mais cidades do país.
Até recentemente, os preços eram coletados apenas nas duas maiores regiões metropolitanas venezuelanas, Caracas e Maracaibo.

Índice alto
"É um índice inflacionário ainda muito alto para um país que mantém controles de preço e de câmbio muito restritos. De maneira que eu vejo esse resultado como um fracasso da política econômica, já que o acumulado dos últimos 12 meses está em torno de 20%", disse à Folha o economista José Guerra, professor da Universidade Central da Venezuela e autor de um livro recém-publicado sobre o assunto.
Atualmente, o governo venezuelano tem aproximadamente 400 produtos e serviços com preço tabelado, o que, segundo vários analistas econômicos, tem provocado o já longo problema de desabastecimento de alimentos, principalmente de leite.
No ano passado, a Venezuela fechou com uma inflação de 22,5%, a maior da América Latina. A média regional no mesmo período ficou em apenas 6,1%.


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