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União Européia libera celular em vôo
Decisão só vale para espaço aéreo europeu e piloto poderá desabilitar sistema a qualquer momento
Autoridade européia diz esperar que companhias aéreas assegurem que usuário de celular não perturbe outros passageiros
MARCELO NINIO
DE GENEBRA
A União Européia anunciou
ontem a liberação do uso em
breve de telefones celulares durante viagens de avião. A decisão, que só vale para o espaço
aéreo europeu, significa que os
passageiros poderão continuar
falando no celular e mandando
e-mails acima de 3 mil metros
de altitude.
A liberação foi anunciada
após seis meses de estudos da
Comissão Européia, o órgão
executivo da UE, e deve entrar
em vigor no segundo semestre.
A comissária européia para Sociedade de Informação e Mídia,
Viviane Reding, advertiu as
operadoras a não colocar os
preços das ligações nas alturas.
"Se os consumidores receberem contas de telefone chocantes o serviço não irá decolar,
disse Reding.
O porta-voz da comissária,
Martin Selmayr, disse à Folha
que a maior vantagem da decisão é desburocratizar o uso de
celulares em vôos, criando regras comuns a todos, mas sem a
necessidade de novas licenças.
A novidade será resultado da
parceria entre as operadoras e
as companhias aéreas e funcionará por meio de um satélite e
uma base terrestre.
Quanto aos preços do serviço, Selmayr disse que terá a
mesma lógica dos já existentes.
"Quem determinará os preços
é o mercado. Será um processo
parecido ao do serviço de roaming, quando um usuário paga
um pouco a mais para falar no
seu celular fora do país", comparou o porta-voz, em conversa
por telefone de Bruxelas.
Além do aspecto econômico,
a comissária européia não deixou de lembrar o inferno em
que os vôos podem se transformar com a liberação do uso de
celulares. "Peço às companhias
aéreas que criem as condições
certas a bordo para assegurar
que aqueles que queiram usar a
comunicação durante o vôo
não perturbem outros passageiros", disse Reding.
As novas regras anunciadas
ontem servem para padronizar
os requerimentos técnicos e de
segurança. Uma delas é a de
que o piloto poderá desabilitar
o sistema caso julgue necessário. Outra é de só habilitar o
serviço em altitudes superiores
a 3 mil metros.
A partir de agora cabe a cada
companhia aérea quando começar a oferecer o serviço. Pelas previsões de Selmayr, o sistema deve começar a operar no
começo do segundo semestre.
Persistem, no entanto, algumas indefinições. A Agência
Européia de Segurança Aérea,
por exemplo, ainda não determinou o tipo de equipamento
que será instalado. A principal
preocupação é de que ele não
intrerfira nos comandos do
avião.
A idéia é instalar uma rede
nas aeronaves, que conectarão
os celulares a uma base em terra por meio de satélites. Assim
que o avião deixa o espaço aéreo europeu, o sistema deixa de
funcionar.
A lei aprovada ontem abre o
novo mercado para qualquer
empresa aérea interessada,
mesma as de fora da UE. A holandesa KLM e a Air France já
testam o uso de celulares em
alguns de seus vôo desde o ano
passado, o que demonstra que
a tecnologia já está disponível.
Só faltava regular o mercado.
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