São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

União Européia libera celular em vôo

Decisão só vale para espaço aéreo europeu e piloto poderá desabilitar sistema a qualquer momento

Autoridade européia diz esperar que companhias aéreas assegurem que usuário de celular não perturbe outros passageiros

MARCELO NINIO
DE GENEBRA

A União Européia anunciou ontem a liberação do uso em breve de telefones celulares durante viagens de avião. A decisão, que só vale para o espaço aéreo europeu, significa que os passageiros poderão continuar falando no celular e mandando e-mails acima de 3 mil metros de altitude.
A liberação foi anunciada após seis meses de estudos da Comissão Européia, o órgão executivo da UE, e deve entrar em vigor no segundo semestre. A comissária européia para Sociedade de Informação e Mídia, Viviane Reding, advertiu as operadoras a não colocar os preços das ligações nas alturas. "Se os consumidores receberem contas de telefone chocantes o serviço não irá decolar, disse Reding.
O porta-voz da comissária, Martin Selmayr, disse à Folha que a maior vantagem da decisão é desburocratizar o uso de celulares em vôos, criando regras comuns a todos, mas sem a necessidade de novas licenças.
A novidade será resultado da parceria entre as operadoras e as companhias aéreas e funcionará por meio de um satélite e uma base terrestre.
Quanto aos preços do serviço, Selmayr disse que terá a mesma lógica dos já existentes. "Quem determinará os preços é o mercado. Será um processo parecido ao do serviço de roaming, quando um usuário paga um pouco a mais para falar no seu celular fora do país", comparou o porta-voz, em conversa por telefone de Bruxelas.
Além do aspecto econômico, a comissária européia não deixou de lembrar o inferno em que os vôos podem se transformar com a liberação do uso de celulares. "Peço às companhias aéreas que criem as condições certas a bordo para assegurar que aqueles que queiram usar a comunicação durante o vôo não perturbem outros passageiros", disse Reding.
As novas regras anunciadas ontem servem para padronizar os requerimentos técnicos e de segurança. Uma delas é a de que o piloto poderá desabilitar o sistema caso julgue necessário. Outra é de só habilitar o serviço em altitudes superiores a 3 mil metros.
A partir de agora cabe a cada companhia aérea quando começar a oferecer o serviço. Pelas previsões de Selmayr, o sistema deve começar a operar no começo do segundo semestre.
Persistem, no entanto, algumas indefinições. A Agência Européia de Segurança Aérea, por exemplo, ainda não determinou o tipo de equipamento que será instalado. A principal preocupação é de que ele não intrerfira nos comandos do avião.
A idéia é instalar uma rede nas aeronaves, que conectarão os celulares a uma base em terra por meio de satélites. Assim que o avião deixa o espaço aéreo europeu, o sistema deixa de funcionar.
A lei aprovada ontem abre o novo mercado para qualquer empresa aérea interessada, mesma as de fora da UE. A holandesa KLM e a Air France já testam o uso de celulares em alguns de seus vôo desde o ano passado, o que demonstra que a tecnologia já está disponível. Só faltava regular o mercado.


Texto Anterior: Aquisição: Novartis paga us$ 11 bi por parte da Alcon
Próximo Texto: Marketing ineficaz trava turismo, diz FGV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.