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Ônibus abre guerra de tarifa com setor aéreo
Viação oferece passagens a R$ 10 para trechos como São Paulo-Porto Alegre em resposta a promoções agressivas de voos
Apenas três assentos por
veículo terão a tarifa mais
econômica na Itapemirim;
taxa média de ocupação
caiu a 67% com fim do verão
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
As empresas de ônibus começaram a empregar as mesmas estratégias usadas pelas
companhias aéreas para atrair
passageiros em período de crise
e início da baixa temporada. A
Itapemirim lançou nesta semana uma campanha com venda
de passagens por R$ 10 para
trechos como São Paulo-Porto
Alegre, Curitiba-Rio e Rio-Porto Alegre, entre outros.
A promoção segue os moldes
das campanhas anunciadas pelas empresas aéreas, com número limitado de assentos. Cada ônibus conta, em média,
com 42 poltronas. Apenas três
serão ofertadas com preços que
variam de R$ 10 a R$ 11,50. Outros seis assentos terão preços
mais em conta, mas bem mais
próximos da tarifa cheia. Em
média, cada ônibus terá 21% de
poltronas mais baratas.
Na rota Campinas-Porto Alegre, por exemplo, a tarifa cheia
é de R$ 192. Além das três poltronas vendidas a R$ 11,50, três
custarão R$ 143,50 e outras
três serão vendidas a R$ 155,50.
Segundo Ronaldo Fassarella,
da Itapemirim, o setor ainda
não foi afetado pela crise, mas a
ideia é aumentar a ocupação na
baixa temporada. Em janeiro, a
empresa registrou taxa de 80%.
Em março, caiu para 67%.
"Para o setor rodoviário, isso
é inovador. Queremos mexer
com o mercado até junho. Se
der certo, vamos incluir outras
linhas." A Itapemirim tem frota
de 1.200 ônibus e transporta
3,5 milhões de pessoas/ano.
Já a viação 1001 lançou tarifas promocionais em número
limitado de assentos para as rotas Rio-São Paulo e Niterói-São
Paulo em ônibus executivo e
leito. A empresa oferece redução de tarifas de 3% a 5% e descontos extras para os primeiros
a comprar poltronas de primeira classe. A linha Rio-São Paulo,
por exemplo, sai por R$ 95 no
valor promocional.
De acordo com dados da FGV
(Fundação Getulio Vargas), as
empresas de ônibus ainda têm
espaço para cortar tarifas. Nos
últimos 12 meses, as passagens
subiram 4,27%.
De janeiro a março, acumulam alta de 1,61%. As passagens
estavam subindo mês a mês
desde novembro, mas, em março, os preços ficaram praticamente estáveis. "Se o preço do
diesel abaixar, acompanhando
o barril de petróleo, pode haver
mais espaço para recuo nas
passagens de ônibus", diz André Braz, economista da FGV.
Nos últimos meses, as companhias aéreas têm adotado
promoções em que afirmam
oferecer tarifas iguais ou compatíveis com as de ônibus.
Para Leonel Rossi, diretor da
Abav (Associação Brasileira de
Agentes de Viagens), a promoção da Itapemirim representa
uma estratégia de marketing.
"Sem dúvida é uma resposta
às grandes promoções do setor
aéreo. É sadio porque beneficia
o passageiro. Quando alguém
vende um bilhete por R$ 10,
ainda que em assentos limitados, está chamando a atenção
para o produto. Nesse momento de crise, toda a cadeia turística precisa oferecer vantagens
para o consumidor."
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