São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Bolsas caem com perspectiva de balanços ruins nos EUA

NY perde 2,3%, e Bovespa, 0,8%; dólar fecha a R$ 2,217

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os mercados sofreram mais um dia de perdas. Para a Bovespa, o resultado do pregão foi uma baixa de 0,78% -desempenho menos decepcionante do que o registrado no exterior.
A safra de balanços do primeiro trimestre do ano começou ontem nos EUA (leia texto à pág. B9) e, ante as perspectivas negativas para os resultados, trouxe certo nervosismo ao mercado. O índice Dow Jones, que reúne 30 das mais importantes ações norte-americanas, encerrou com queda de de 2,34%.
Na Europa, dados econômicos negativos levaram as Bolsas a caírem: Londres perdeu 1,58%, Paris recuou 0,94%, e Frankfurt, 0,63%.
O PIB (Produto Interno Bruto) na zona do euro, cuja medição final foi apresentada ontem, teve retração de 1,6% no quarto trimestre de 2008, resultado um pouco pior que o esperado. Outro número relevante conhecido foi o da produção industrial britânica, que terminou fevereiro com recuo de 1%.
"A queda da Bovespa nesses dois pregões foi até pequena diante do forte ritmo de alta que vinha registrando. Não acho que esses quedas configurem uma nova tendência, de baixa. Essa parada acaba por levar os investidores a respirarem e avaliarem [suas aplicações] um pouco", afirma Hersz Ferman, economista da UM Investimentos.
O recuo desta semana não abalou os resultados do índice Ibovespa (que agrupa as 65 ações de mais negociadas), que acumula expressiva valorização de 7,08% no mês. No ano, os ganhos alcançam os 16,71%, o que faz da Bovespa uma das Bolsas com melhor resultado em 2009. O Dow Jones registra depreciação de 11,24% no ano, e a Bolsa de Londres tem perdas de 11,36% no período.
O balanço da Alcoa, divulgado ontem após o encerramento dos pregões, mostrou que a companhia teve prejuízo de US$ 497 milhões no trimestre. As ações da gigante do alumínio caíram 1,5%. Quem teve desempenho pior no dia foi a GM, cujas ações recuaram 11,9%, em meio a novos comentários de que estaria mais próxima da concordata (leia à pág. B9).
O recuo do petróleo para baixo da barreira dos US$ 50 foi outro evento que prejudicou os mercados ontem. O barril do produto registrou baixa de 3,72%, para US$ 49,15, em meio ao fortalecimento das expectativas de novo aumento dos estoques norte-americanos de petróleo e derivados. Esse cenário afetou as ações das petrolíferas. Em Wall Street, os papéis da Chevron recuaram 2,1%, e os da Exxon Mobil tiveram baixa de 1,9%.
Na Bovespa, as ações da Petrobras recuaram 1,05% (PN) e 0,91% (ON). A ação PNA da Vale, a segunda mais negociada da Bolsa, caiu 1,50%.
A Bolsa acompanhou de perto o rumo das ações preferenciais da Petrobras -as mais negociadas do mercado local-, que chegaram a subir 0,39% no início da tarde. O índice Ibovespa marcou alta de 0,69% no pico do pregão.
"A Bovespa conseguiu hoje [ontem] trabalhar um pouco descolada do mercado externo, tendo registrado alta em parte do pregão", diz Ferman.
Um dos pontos de sustentação da Bovespa tem sido a entrada de capital externo. Em março, o balanço dos estrangeiros na Bolsa teve saldo positivo de R$ 1,44 bilhão -o melhor número desde abril de 2008. Nos primeiros três pregões deste mês, o balanço estava positivo em R$ 1,83 bilhão.
O dólar, após muita oscilação (superou os R$ 2,24 na máxima), acabou por encerrar as operações com leve baixa de 0,05%, vendido a R$ 2,217.


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