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Pessimismo de empresário cresce nos EUA
Mas, enquanto executivo prevê mais demissões, menos gente acha que economia vai piorar, mostram pesquisas
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Enquanto a população americana retoma rapidamente o
otimismo com a economia dos
EUA, os principais empresários
do país nunca estiveram tão
pessimistas, apontam duas
pesquisas divulgadas ontem.
A primeira, feita em parceria
entre o "New York Times" e a
rede CBS, mostrou recuo de
54% para 34% no total de americanos que dizem acreditar
que a economia está piorando.
A outra, a CEO Economic
Outlook Index, que entrevista
os principais executivos do
país, revelou que mais de dois
terços dos empresários (71%)
pretendem ampliar demissões
e reduzir gastos (67%) nos próximos seis meses.
Os entrevistados comandam
empresas com receitas globais
anuais de US$ 5 trilhões (quase
a metade do PIB norte-americano) e empregam mais de 10
milhões de funcionários.
A pesquisa foi conduzida de
16 a 27 de março, em um período em que a Bolsa de Nova York
se recuperou. Mas o indicador
geral do levantamento é o menor desde que ele começou a
ser feito, há seis anos.
Um índice menor do que 50
representa pessimismo. O levantamento anterior, do fim de
2008, estava em 16,5 pontos.
Agora, está em 5 pontos negativos. Na média, os executivos esperam uma contração de 1,9%
no PIB dos EUA neste ano.
Já os norte-americanos como um todo apostam em um
quadro mais róseo.
Embora a pesquisa "NYT"/
CBS mostre que 70% dos entrevistados temem que eles próprios ou que alguém da família
possa ficar desempregado nos
próximos 12 meses, saltou de
7% para 20% o total dos que
acreditam que a economia melhorou entre janeiro e agora.
Isso levou 40% a responderem que cortaram o consumo
de itens supérfluos desde o
agravamento da crise, em meados de setembro. E 10% disseram que já reduziram até mesmo o consumo de itens básicos.
O percentual dos que consideram que o país está caminhando na direção certa saltou
de 15% para 39%.
A pesquisa mostrou ainda
que o presidente Barack Obama praticamente não é visto
como responsável pela atual
crise -e de fato não é. Entre os
entrevistados, 33% culpam o
governo de George W. Bush;
21%, as instituições financeiras; e 11%, o Congresso.
Mesmo assim, 58% dos americanos desaprovam o plano de
ajuda ao sistema financeiro,
que vem consumido trilhões de
dólares e gerando déficit recorde a ser pago nos próximos
anos pelo contribuintes.
Mas, de uma maneira geral, a
Casa Branca vem conseguindo
aos poucos mudar a percepção
de que a ajuda aos bancos beneficiaria apenas os banqueiros. A
pesquisa mostra que aumentou
de 29% em fevereiro para 47%
o total dos que acham que esses
pacotes beneficiarão todos os
norte-americanos.
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