São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Pessimismo de empresário cresce nos EUA

Mas, enquanto executivo prevê mais demissões, menos gente acha que economia vai piorar, mostram pesquisas

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Enquanto a população americana retoma rapidamente o otimismo com a economia dos EUA, os principais empresários do país nunca estiveram tão pessimistas, apontam duas pesquisas divulgadas ontem.
A primeira, feita em parceria entre o "New York Times" e a rede CBS, mostrou recuo de 54% para 34% no total de americanos que dizem acreditar que a economia está piorando.
A outra, a CEO Economic Outlook Index, que entrevista os principais executivos do país, revelou que mais de dois terços dos empresários (71%) pretendem ampliar demissões e reduzir gastos (67%) nos próximos seis meses.
Os entrevistados comandam empresas com receitas globais anuais de US$ 5 trilhões (quase a metade do PIB norte-americano) e empregam mais de 10 milhões de funcionários.
A pesquisa foi conduzida de 16 a 27 de março, em um período em que a Bolsa de Nova York se recuperou. Mas o indicador geral do levantamento é o menor desde que ele começou a ser feito, há seis anos.
Um índice menor do que 50 representa pessimismo. O levantamento anterior, do fim de 2008, estava em 16,5 pontos. Agora, está em 5 pontos negativos. Na média, os executivos esperam uma contração de 1,9% no PIB dos EUA neste ano.
Já os norte-americanos como um todo apostam em um quadro mais róseo.
Embora a pesquisa "NYT"/ CBS mostre que 70% dos entrevistados temem que eles próprios ou que alguém da família possa ficar desempregado nos próximos 12 meses, saltou de 7% para 20% o total dos que acreditam que a economia melhorou entre janeiro e agora.
Isso levou 40% a responderem que cortaram o consumo de itens supérfluos desde o agravamento da crise, em meados de setembro. E 10% disseram que já reduziram até mesmo o consumo de itens básicos.
O percentual dos que consideram que o país está caminhando na direção certa saltou de 15% para 39%.
A pesquisa mostrou ainda que o presidente Barack Obama praticamente não é visto como responsável pela atual crise -e de fato não é. Entre os entrevistados, 33% culpam o governo de George W. Bush; 21%, as instituições financeiras; e 11%, o Congresso.
Mesmo assim, 58% dos americanos desaprovam o plano de ajuda ao sistema financeiro, que vem consumido trilhões de dólares e gerando déficit recorde a ser pago nos próximos anos pelo contribuintes.
Mas, de uma maneira geral, a Casa Branca vem conseguindo aos poucos mudar a percepção de que a ajuda aos bancos beneficiaria apenas os banqueiros. A pesquisa mostra que aumentou de 29% em fevereiro para 47% o total dos que acham que esses pacotes beneficiarão todos os norte-americanos.


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