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CONJUNTURA
Números da CNI e da Anfavea apontam que o primeiro trimestre foi praticamente perdido para a economia
Retomada econômica fica para o fim do ano
DA REDAÇÃO
Os principais indicadores da
atividade econômica medidos
por instituições privadas apontam que o primeiro trimestre foi
praticamente perdido. A recuperação da economia por ora está
adiada para o segundo semestre.
Ontem, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou
que as vendas da indústria caíram
1,35% nos primeiros três meses
do ano, em relação ao mesmo período de 2000. A venda de automóveis caiu 14,7% de janeiro a
abril, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores). Até as
vendas de TVs estão 7% menores
em relação à Copa de 1998.
No início de 2000 a economia
estava aquecida, o que em parte
explica números tão ruins para
este começo do ano. Mas os analistas do setor privado esperavam
a retomada econômica já para o
início do segundo trimestre. Mas
tanto a Fiesp como a CNI acreditam que a retomada da atividade
industrial ficou para depois de junho.
A interrupção da queda da taxa
básica de juros é o principal motivo da deterioração de expectativas. A queda das exportações não
contribui para atenuar o pessimismo. No início do ano, a média
das melhores estimativas do mercado, recolhidas pelo Banco Central, era de um saldo de US$ 6 bilhões para a balança comercial,
contra US$ 4,3 bilhões agora.
As expectativas pouco otimistas
não vêm apenas da indústria. Ontem, em palestra no Fórum Nacional, Affonso Pastore, professor
da USP e ex-presidente do Banco
Central, afirmou que a percepção
de piora do cenário macro-econômico brasileiro contribuiu para
a recente elevação do risco-país
no mercado internacional.
Segundo Pastore, é errado acreditar que os bancos estrangeiros
rebaixaram suas recomendações
de investimentos no Brasil só por
causa do avanço de Luiz Inácio
Lula da Silva, nas pesquisas.
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