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RIQUEZA AMERICANA
Com corte de funcionários, produtividade subiu 8,6% no primeiro trimestre -o melhor resultado desde 83
Produtividade dos EUA cresce e é recorde
DA REDAÇÃO
O forte ajuste por que passaram
as empresas norte-americanas,
com o maciço corte de funcionários, fez a produtividade crescer,
no último trimestre, no maior ritmo dos últimos 19 anos. A notícia,
somada à manutenção da taxa de
juros pelo Federal Reserve, foi
bem recebida pelo mercado financeiro, que vê mais espaço para
a obtenção de lucros.
De acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA, a produtividade cresceu 8,6% nos três primeiros meses do ano. No trimestre anterior, já havia ocorrido um
expressivo ganho de 5,5%. O resultado obtido entre janeiro e
março é o melhor desde um crescimento de 9,9% registrado no segundo trimestre de 1983.
A reestruturação das companhias significou o fechamento de
cerca de 1 milhão de vagas na economia dos Estados Unidos. O desemprego, que em 2000 girava em
torno de 4%, disparou para 6% no
mês passado, a maior taxa em
quase oito anos.
Por outro lado, o aumento na
produtividade contém a pressão
inflacionária, dando tempo para
que o Federal Reserve (Banco
Central dos EUA) mantenha os
juros inalterados, até que a atividade ganhe força. Ontem, como
previsto, a instituição não mexeu
na taxa, que, desde dezembro, está fixada em 1,75% ao ano.
Outro efeito positivo dos ajustes
nas empresas é a diminuição do
gasto com pessoal. O custo de
mão-de-obra caiu 5,4% nos três
primeiros meses do ano, o maior
recuo também desde o segundo
trimestre de 1983, o que ajuda a
ampliar as margens de lucros das
corporações e também segura o
reajuste de preços.
"Esse é o tipo de notícia que o
Fed gosta de ouvir. Significa que a
inflação não será problema no
curto prazo e os juros podem ficar
baixos por enquanto", afirmou
Gary Thayer, economista-chefe
da consultoria AG Edwards. "As
companhias estão segurando os
custos, em linha com o atual nível
da economia."
Outros indicadores divulgados
ontem pelo Departamento do
Trabalho também dão a medida
da reestruturação empresarial.
Enquanto a produção cresceu
6,5% no primeiro trimestre do
ano, o total de horas trabalhadas
recuou 1,9%. Isso quer dizer que
os funcionários que não perderam o emprego trabalharam mais
para compensar os demitidos.
"É um alívio para uma das preocupações do Fed, que é a baixa lucratividade das corporações", disse Richard Yamarone, economista-chefe da consultoria Argus Research. "Obviamente que a queda
no custo do trabalho vai ajudar
muito, além de dar um estímulo
aos muito necessários investimentos empresariais."
Estoques inalterados
Em um outro relatório divulgado ontem, o Departamento de
Comércio informou que os estoques dos atacadistas permaneceram inalterados em março. O indicador sugere que, depois da intensa queima de produtos encalhados entre o final do ano passado e o começo deste ano, começa
a haver um equilíbrio entre encomendas e vendas.
Os estoques estavam caindo havia nove meses. Em fevereiro, o
recuo tinha sido de 0,9%. A manutenção do indicador contrariou a expectativa de analistas do setor, que esperavam uma nova queda, dessa vez de 0,3%.
"O período de grandes queimas ficou para trás", disse Michael
Moran, economista-chefe da Daiwa Securities. "Mas não está claro
o quão ansiosos estão os atacadistas para ampliar os estoques."
Com agências internacionais
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