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ANO DO DRAGÃO
IPC-Fipe ficou em 0,57% em abril, o menor nível desde junho de 2002; ICV do Dieese foi de 1,39% no mês
SP tem menor taxa de inflação em 10 meses
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A inflação mudou de patamar e
voltou ao nível do final do primeiro semestre do ano passado, período anterior às turbulências
pré-eleitorais do mercado. No
mês passado, os preços subiram
0,57% em São Paulo, a menor taxa
desde o 0,31% de junho de 2002.
A inflação vem perdendo ritmo
desde janeiro, segundo Heron do
Carmo, coordenador do Índice de
Preços ao Consumidor da Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas).
Apesar da desaceleração, a inflação acumulada deste ano atinge 5,13%, contra 0,96% no mesmo
período de 2002. Nos últimos 12
meses, a inflação foi de 14,45% em
São Paulo.
O economista da Fipe diz que a
partir de agora o cenário da inflação é bem mais favorável. Para este mês e para o seguinte, a previsão é de taxas de 0,3%. "É o que já
aponta o núcleo inflacionário",
diz Heron.
O índice ponta a ponta do núcleo mostra uma inflação de
0,29%. Esse núcleo compara os
preços médios da última semana
de março com os da última do
mês de abril.
O economista da Fipe diz que as
taxas de inflação caminham para
as metas estabelecidas. A taxa de
abril deste ano a março de 2004
deverá ficar próxima de 8,5%. Já
em 2004, a inflação volta para os
5,5%, na avaliação de Heron.
A partir de setembro ficará mais
claro para o mercado o quanto a
inflação vai recuar no acumulado
de 12 meses, diz o economista da
Fipe. A partir daquele mês, o Banco Central deverá acelerar mais a
redução nas taxas de juros porque
as perspectivas de queda nas taxas
acumuladas de 12 meses mostrará
a defasagem entre juros e inflação.
Custo de vida
O Dieese também divulgou ontem dados de inflação referentes a
abril. Segundo a entidade, os preços subiram 1,39% em São Paulo,
acima do 1,06% de março. Nos últimos 12 meses, o custo de vida
dos paulistanos medido pelo
ICV-Dieese teve alta de 18,13%.
As pressões vieram basicamente dos alimentos, que subiram
1,76%, e do grupo habitação, com
alta de 2,45% -principalmente
devido ao aumento no salário mínimo, que elevou os custos com
mão-de-obra nos condomínios e
nos serviços domésticos.
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