DA REDAÇÃO

Além de já ter baixado em relação aos índices anteriores, a inflação dá mostras de ter mais espaço para redução, segundo Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Para o economista da Fipe, além da redução mostrada pelo núcleo, os preços da gasolina estão em queda, os alimentos pararam de subir -e em alguns casos já mostram quedas nominais-, os remédios têm pressão menor e o efeito da valorização do real sobre o dólar deverá ser repassado para os preços já nas próximas semanas.
A inflação volta a ter um repique em julho e agosto, período dos aumentos das tarifas de água, luz e telefone em São Paulo. A taxa acumulada desses dois meses deverá ser de 3%. "Passada essa trombada, as taxas voltam a ser baixas", diz Heron.

O que sobe
Dos sete grupos de preços pesquisados pela Fipe, apenas dois registraram taxas de aumentos maiores do que as de março: despesas pessoais e vestuário.
Nesse último, os preços deverão continuar em alta devido ao Dia das Mães. Já no setor de despesas pessoais, a queda do dólar deverá provocar uma interrupção na elevação dos produtos de higiene e de limpeza, que ainda continuam pressionados.
O economista da Fipe prevê também uma acomodação no ritmo de alta nos preços dos produtos de limpeza, que tiveram fortes acelerações nos últimos meses. A Fipe registra elevação de 31% nos preços do sabão em pó nos últimos 12 meses, 43% nos de coco e 50% nos em barra. Esses produtos subiram muito devido à valorização do dólar. A atual queda da moeda norte-americana não garante, no entanto, redução de preços, diz o economista da Fipe.
Os alimentos, os principais itens de pressão -nos últimos 12 meses a alta é de 24,4%-, deverão cair com mais intensidade neste mês, empurrando a taxa de inflação para baixo.
Um dos destaques nessa queda de preços será o tomate, que apareceu como o principal vilão da inflação nas últimas semanas.
O produto já mostra queda nos preços pagos ao produtor e no atacado. Essa queda será mostrada pela Fipe a partir da primeira semana deste mês.
(MAURO ZAFALON)


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