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POLÊMICA
Proposta é do senador Aloizio Mercadante, em mais um choque com ministro
Palocci descarta taxar capital volátil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, descartou ontem a idéia lançada pelo líder do
governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), de taxar a entrada de capital especulativo no país.
"[O debate sobre a taxação do
capital" pode estar sendo feito no
Senado, mas não está sendo feito
no Ministério da Fazenda", afirmou Palocci, antes de se reunir
com seu colega Roberto Rodrigues (Agricultura).
Segundo Palocci, a idéia de taxar o capital especulativo interromperia um movimento natural
de alongamento do prazo das
captações brasileiras. "Não há necessidade [de taxar o capital], você interrompe um movimento
natural", afirmou o ministro.
Palocci disse que é natural que,
no primeiro momento, após um
ajuste, o capital que entre no país
seja de curto prazo. Conforme o
governo faça uma boa gestão da
economia, há um alongamento
dos prazos de captação, disse.
Voláteis
Ontem, em entrevista publicada
no jornal "Valor Econômico",
Mercadante defendeu a taxação
da entrada de capitais voláteis (especulativos) no país. O senador
afirmou que o debate precisa ser
aberto e que a medida deveria ser
implementada somente após o
equilíbrio do mercado de câmbio.
Procurado pela Folha, Mercadante afirmou, por intermédio de
sua assessoria, que o que tinha a
dizer sobre o assunto estava na
entrevista que concedeu ao jornal.
Não é a primeira vez que o ministro da Fazenda e o senador divergem sobre a condução da política econômica. Recentemente,
Mercadante defendeu a intervenção do Banco Central no mercado
de câmbio para conter a valorização do real. Algo que Palocci e o
governo descartaram mais de
uma vez.
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