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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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POLÊMICA

Proposta é do senador Aloizio Mercadante, em mais um choque com ministro

Palocci descarta taxar capital volátil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, descartou ontem a idéia lançada pelo líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), de taxar a entrada de capital especulativo no país.
"[O debate sobre a taxação do capital" pode estar sendo feito no Senado, mas não está sendo feito no Ministério da Fazenda", afirmou Palocci, antes de se reunir com seu colega Roberto Rodrigues (Agricultura).
Segundo Palocci, a idéia de taxar o capital especulativo interromperia um movimento natural de alongamento do prazo das captações brasileiras. "Não há necessidade [de taxar o capital], você interrompe um movimento natural", afirmou o ministro.
Palocci disse que é natural que, no primeiro momento, após um ajuste, o capital que entre no país seja de curto prazo. Conforme o governo faça uma boa gestão da economia, há um alongamento dos prazos de captação, disse.

Voláteis
Ontem, em entrevista publicada no jornal "Valor Econômico", Mercadante defendeu a taxação da entrada de capitais voláteis (especulativos) no país. O senador afirmou que o debate precisa ser aberto e que a medida deveria ser implementada somente após o equilíbrio do mercado de câmbio.
Procurado pela Folha, Mercadante afirmou, por intermédio de sua assessoria, que o que tinha a dizer sobre o assunto estava na entrevista que concedeu ao jornal.
Não é a primeira vez que o ministro da Fazenda e o senador divergem sobre a condução da política econômica. Recentemente, Mercadante defendeu a intervenção do Banco Central no mercado de câmbio para conter a valorização do real. Algo que Palocci e o governo descartaram mais de uma vez.


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