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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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Com lista, INSS quer mais receita

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

A ameaça de tornar pública a lista dos maiores devedores do INSS não passa de mais uma medida arrecadatória do governo, segundo tributaristas ouvidos pela Folha.
Em março deste ano, a Previdência Social arrecadou R$ 6,1 bilhões, valor 15,19% inferior ao recolhido em março do ano passado. Neste mês, a Previdência espera inflar em R$ 200 milhões suas receitas apenas com o aperto que vem dando na fiscalização, desde meados de abril.
"A divulgação do nome dos devedores fere a Constituição. Creio que, ao acenar com essa medida, o governo visa acuar os devedores para que eles paguem os débitos", diz Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.
O caráter arrecadatório da tal lista ficou mais evidente, segundo ele, com a aprovação da medida provisória nš 107 na terça-feira, pela Câmara dos Deputados, que reabriu o Refis. A MP permite que o governo suspenda as ações de cobrança de devedores do INSS que aderirem ao programa de renegociação de débitos federais.
No Refis anterior, a arrecadação do INSS saltou de R$ 35 bilhões, em dezembro de 2000, para R$ 75 bilhões um ano depois. "A divulgação da lista de devedores deve ser analisada com cuidado pelo governo", diz a advogada Daniella Zagari, sócia do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice. "Quem deve tem o direito constitucional de contestar o débito; a lista pode cercear esse direito."


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