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Política industrial contará com R$ 23 bi
Montante inclui desoneração tributária e créditos especiais até 2011 para incentivar investimentos produtivos e exportações
Corte de tributos poderá ultrapassar casa dos R$ 7 bi; novas medidas deverão ser anunciadas pelo presidente Lula na próxima semana
VALDO CRUZ
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A segunda política industrial
do governo Lula, a ser lançada
pelo presidente no dia 12, pode
contar com R$ 23 bilhões até
2011 entre desoneração tributária e créditos especiais. As
medidas serão voltadas para
novos investimentos produtivos e estímulo às exportações.
A definição do valor final do pacote ainda estava em discussão
ontem à noite. Segundo a Folha apurou, a proposta em discussão previa que os cortes de
tributos pode superar R$ 7 bilhões até 2011.
Essa desoneração pode crescer, já que ainda se discute, na
última hora, a inclusão de medidas que desoneram a folha de
pagamento das empresas. Mas
ainda não há consenso na equipe econômica sobre o tema.
A redução da carga de impostos paga pelo setor produtivo é
tida como o melhor caminho
para o governo se antecipar a
problemas que possam incomodar no futuro. Um deles é a
capacidade de as empresas oferecerem bens e serviços compatíveis com o ritmo de crescimento do consumo. Com isso, evita-se pressão na inflação. E o
principal é estimular as exportações, permitindo que empresas brasileiras concorram em
igualdade de condições com
companhias estrangeiras.
Isso consta até do texto de
apresentação da proposta. Por
isso, o foco da nova política
-criada em conjunto pelos ministérios do Desenvolvimento,
da Fazenda e da Ciência e Tecnologia- será o estímulo às exportações e à inovação tecnológica. Isso para tentar evitar que
o déficit nas contas externas se
acentue nos próximos anos.
Apesar da valorização do real
e da redução do superávit da
balança comercial verificadas
neste ano, o governo não enxerga grandes dificuldades no curto prazo. O risco maior está em
2009 e 2010, caso a exportação
continue tendo crescimento
bem abaixo da importação.
O corte de tributos deve ter o
caráter mais "horizontal"
(igual para todos) possível, beneficiando boa parte dos setores e, sobretudo, novos investimentos. A idéia é estimular a
ampliação da capacidade de
produção atual das empresas e,
ao mesmo tempo, atrair companhias estrangeiras para o
país. Também está no foco do
governo a redução de custos
das operações de exportações.
Além da desoneração tributária, o governo também pretende ampliar o financiamento
para empresas exportadoras
por meio do BNDES.
Entre 2008 e 2010, o governo
espera que o banco consiga
chegar a R$ 210 bilhões em financiamentos para os setores
industrial e de serviços -incluindo aí o montante destinado às exportadoras.
Programada para ser lançada
com a presença de Lula, ministros, governadores e empresários, a política industrial está
sendo organizada com quatro
metas até 2010: 1) aumentar a
taxa de investimento do país de
16,5% do Produto Interno Bruto, registrados em 2006, para
21% do PIB, em 2010; 2) elevar
os gastos em pesquisa de 0,51%
(2006) para 0,65% do PIB; 3)
ampliar de 1,15% para 1,25% a
participação das exportações
brasileiras no mercado internacional; e 4) elevar em 10% o
número de micro e pequenas
empresas exportadoras.
A política industrial prometida pelo governo classifica seis
setores como estratégicos: saúde, energia, tecnologia da informação e comunicação, defesa,
nanotecnologia e biotecnologia. Eles receberão atenção, financiamentos e políticas específicas para ultrapassar deficiências tecnológicas do país.
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