São Paulo, sábado, 08 de maio de 2010

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Plano anticrise também regulará mercado

Líderes fecham acordo para montar Mecanismo de Estabilização da União Europeia, que será lançado amanhã

Presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, afirma que o bloco usará todos os meios para "garantir a estabilidade da zona do euro"

Michael Sohn/Associated Press
A chanceler Angela Merkel ontem no Parlamento alemão, que aprovou contribuição do país para o plano de salvamento da Grécia

LUCIANA COELHO
DE GENEBRA

Os 16 países da zona do euro tomarão medidas conjuntas para defender sua moeda e conter a crise da dívida, que ameaça o futuro da união monetária, anunciou na madrugada de hoje o presidente do Conselho Europeu (que reúne os 27 chefes de Estado do bloco), Herman Van Rompuy.
Um novo pacote, chamado de Mecanismo de Estabilização da União Europeia, será anunciado amanhã, com detalhes sobre como frear o deficit em todos os países-membros e melhorar a regulamentação do mercado.
Em linhas gerais, as medidas de governança serão fortalecidas. O Pacto de Estabilidade e Crescimento, espécie de estatuto do euro, aprofundado. E as sanções a quem desrespeitá-lo, enrijecidas, anunciaram os chefes de Estado do bloco em comunicado lido por Rompuy.
"A consolidação das finanças públicas é uma prioridade para todos nós, e tomaremos todas as medidas necessárias para cumprir nossas metas fiscais neste ano e nos próximos."
Embora sem citar valores, o comunicado dá pistas de arrocho: "Cada um de nós está pronto, conforme a situação de seu país, para tomar as medidas necessárias para acelerar a consolidação e garantir a sustentabilidade das finanças públicas".
A presidência rotativa do bloco, nas mãos da Espanha, também convocará uma reunião na quarta, quando será criada uma força-tarefa. O plano será revisado em reunião dos ministros das Finanças, em junho.
O belga Rompuy martelou a mensagem de que os países estão unidos para defender a moeda e farão o que for preciso.
"Reafirmamos nosso compromisso em garantir a estabilidade da zona do euro. Usaremos toda a gama de meios necessários para garantir a estabilidade", disse, repisando que resgatar a Grécia é uma promessa comum e urgente.
A crise detonada pelo estouro da dívida grega, que catapultou os juros sobre seus títulos e abalou a confiança do mercado não só em Atenas mas em outros governos com contas desequilibradas, como Madri e Lisboa, é a maior ameaça à moeda comum em seus dez anos.
Ontem, os chefes de Estado anunciaram que a Grécia receberá até o dia 19 a primeira parcela da ajuda de € 110 bilhões prometida por UE e Fundo Monetário Internacional para ajudar o país a rolar sua dívida.
Desses, € 80 bilhões virão do bloco. Em troca, ante resistência popular, Atenas tem de promover um arrocho espartano para baixar seu deficit público.
O Parlamento da Alemanha, maior obstáculo ao pacote, aprovou ontem o plano, assim como o governo da Itália.
Rompuy e José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, evitaram especificar as medidas que serão tomadas, alegando carecer do aval dos ministros da Economia, que só virá amanhã.


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