São Paulo, sábado, 08 de maio de 2010

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Queda na Bolsa de NY será investigada, diz Obama

DA REDAÇÃO

No meio do pregão, o índice Dow Jones dá um mergulho de mil pontos (9%) -o maior da história do indicador, em pontuação- e espalha pânico em um mercado já balançado pela crise grega. Esse foi o momento de tensão vivido anteontem na Bolsa de Nova York, mas cuja causa segue nebulosa.
O presidente Barack Obama afirmou ontem que as autoridades americanas deverão investigar o que ocorreu e "impedir que ocorra novamente".
"As autoridades reguladoras estão avaliando o caso de perto, com a preocupação de proteger investidores e impedir que isso ocorra novamente, e irão divulgar suas conclusões e recomendações de ações devidas", disse o presidente ontem. Ele se referiu à queda como "atividade não usual do mercado".
Segundo agências de notícias, o mergulho da Bolsa nova-iorquina foi provocado pelo sistema de "high-frequency trading" (negociações automatizadas em alta velocidade). Investidores programam suas máquinas para transacionar papéis quando estes atingem determinada cotação. Estima-se que até 75% do volume diário de negócios seja feito, em Nova York, via esse sistema.
O erro detonou uma onda de venda automática de papéis. Como as ações de grandes empresas não são negociadas só na Bolsa de NY, mas também em sistemas alternativos de negociação, um erro em um deles pode contaminar os outros.
No mercado americano, os investidores podem se conectar eletronicamente à Bolsa e enviar ordens de compra e venda, mas as corretoras nem sempre estabelecem limites de risco -a quantidade do que pode ser comprado e vendido em cada transação. Tampouco há o limite de oscilação de preço.
Na Bolsa de São Paulo, quando o preço de uma ação varia 3% ante o último negócio, o sistema automaticamente para a negociação e põe o papel em leilão, diz Cícero Augusto Vieira Neto, diretor-executivo de operações da BM&FBovespa.
Se alguém digita um valor errado ou se um programa de computador que envia ordens tem alguma falha lógica, um dano maior é evitado.
Uma possibilidade aventada para o problema de anteontem é que algum negociador tenha cometido um erro operacional, o chamado "fat finger" ou "dedo gordo" (por exemplo, invertido preço e quantidade).
A Nasdaq disse que o erro não ocorreu em seu sistema, mas cancelou as operações executadas entre as 14h40 e as 15h com variação superior a 60%. A lista foi divulgada ontem.


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