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Bolsa de SP perde 7% em semana tensa; dólar tem elevação de 6,5%
EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
O dia nos mercados financeiros ontem foi uma ducha fria
para os mais otimistas e reforçou a opção pela cautela entre
os investidores. Ontem, foi esse
o sentimento predominante
nas Bolsas: a maioria encerrou
o dia com perdas, embora sem o
mesmo estresse de quinta.
A Bolsa de Valores de São
Paulo recuou 0,86% e fechou
no menor nível desde 5 de fevereiro. Na semana, as perdas foram de 7%.
No exterior, os números foram ainda piores: o índice Dow
Jones (Nova York) caiu 1,33%;
a Bolsa de Londres recuou
2,62%, e na França a queda foi
de 4,59%. Frankfurt fechou em
baixa de 3,26%.
O dólar comercial teve um
dia nervoso, porém em tom
muito abaixo de quinta. Depois
de oscilar entre R$ 1,87 e R$
1,82, a moeda encerrou o dia cotada a R$ 1,851, em leve alta de
0,10%. Na semana, o dólar
avançou 6,50%.
O foco continua a ser a crise
grega e seu possível contágio
sobre as demais economias
problemáticas da Europa, como Portugal, Espanha e Irlanda. Ontem, a notícia de que algumas das maiores economias
europeias aprovaram a liberação de recursos para a Grécia
pouco afetou os negócios.
Os mercados também passaram quase incólumes pelos números expressivos da economia americana, que mostrou
uma geração de empregos (290
mil vagas) em abril em ritmo
melhor do que o esperado.
A semana que passou foi um
verdadeiro teste de nervos para
os investidores. Para analistas,
finalmente caiu a ficha do mercado sobre a dimensão dos problemas na zona do euro, após
meses em que muitos somente
tiveram olhos para os indícios
da recuperação americana.
Aversão ao risco
"Estamos vendo um movimento de aversão ao risco que
não se explica somente pelos
problemas da Grécia. Também
são importantes a discussão em
torno das novas regras para o
sistema financeiro americano e
algumas questões da China",
afirma Andrés Kikushi, analista-chefe da Link Investimentos, lembrando que os investidores estrangeiros vêm saindo
da Bolsa brasileira desde abril.
Esse comportamento não
mudou na primeira semana
deste mês: as vendas de ações
brasileiras pelos investidores
"não residentes" superaram as
compras por quase R$ 900 milhões. Para operadores, esse
fluxo ficou ainda mais intenso
nos últimos dois pregões.
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