São Paulo, sábado, 08 de maio de 2010

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Bolsa de SP perde 7% em semana tensa; dólar tem elevação de 6,5%

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O dia nos mercados financeiros ontem foi uma ducha fria para os mais otimistas e reforçou a opção pela cautela entre os investidores. Ontem, foi esse o sentimento predominante nas Bolsas: a maioria encerrou o dia com perdas, embora sem o mesmo estresse de quinta.
A Bolsa de Valores de São Paulo recuou 0,86% e fechou no menor nível desde 5 de fevereiro. Na semana, as perdas foram de 7%.
No exterior, os números foram ainda piores: o índice Dow Jones (Nova York) caiu 1,33%; a Bolsa de Londres recuou 2,62%, e na França a queda foi de 4,59%. Frankfurt fechou em baixa de 3,26%.
O dólar comercial teve um dia nervoso, porém em tom muito abaixo de quinta. Depois de oscilar entre R$ 1,87 e R$ 1,82, a moeda encerrou o dia cotada a R$ 1,851, em leve alta de 0,10%. Na semana, o dólar avançou 6,50%.
O foco continua a ser a crise grega e seu possível contágio sobre as demais economias problemáticas da Europa, como Portugal, Espanha e Irlanda. Ontem, a notícia de que algumas das maiores economias europeias aprovaram a liberação de recursos para a Grécia pouco afetou os negócios.
Os mercados também passaram quase incólumes pelos números expressivos da economia americana, que mostrou uma geração de empregos (290 mil vagas) em abril em ritmo melhor do que o esperado.
A semana que passou foi um verdadeiro teste de nervos para os investidores. Para analistas, finalmente caiu a ficha do mercado sobre a dimensão dos problemas na zona do euro, após meses em que muitos somente tiveram olhos para os indícios da recuperação americana.

Aversão ao risco
"Estamos vendo um movimento de aversão ao risco que não se explica somente pelos problemas da Grécia. Também são importantes a discussão em torno das novas regras para o sistema financeiro americano e algumas questões da China", afirma Andrés Kikushi, analista-chefe da Link Investimentos, lembrando que os investidores estrangeiros vêm saindo da Bolsa brasileira desde abril.
Esse comportamento não mudou na primeira semana deste mês: as vendas de ações brasileiras pelos investidores "não residentes" superaram as compras por quase R$ 900 milhões. Para operadores, esse fluxo ficou ainda mais intenso nos últimos dois pregões.


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