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Negociação sobre consórcio de Belo Monte emperra
LEILA COIMBRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Emperraram as negociações
entre Vale, Votorantim e Alcoa
para a entrada no consórcio
Norte Energia, que ganhou no
mês passado a concessão da hidrelétrica de Belo Monte, no
rio Xingu (PA).
A Folha apurou que as três
empresas exigem pagar pela
energia produzida -para o seu
consumo próprio- o preço mínimo ofertado no leilão, de
R$ 77,97 o megawatt-hora
(MWh), valor destinado ao
mercado residencial (chamado
de cativo).
O consórcio, liderado pela
Chesf, propõe contratos entre
R$ 100 e R$ 115 o MWh para os
autoprodutores, valores que
considera competitivos e abaixo dos praticados no mercado.
Mateus Andrade, diretor da
Delta Energia, empresa que comercializa eletricidade no
mercado livre, afirma que a
média de preços praticados em
contratos a partir de 2015 (ano
do início da produção de Belo
Monte) com os grandes consumidores industriais estão entre
R$ 125 e R$ 130 o MWh.
O consórcio Norte Energia
conta com 30% da produção de
Belo Monte vendida a preços
maiores para fazer um "mix"
com o baixo valor ofertado no
leilão e viabilizar a construção
da hidrelétrica.
O edital de licitação prevê
que 70% da energia produzida
terá que ser obrigatoriamente
vendida pelo valor mínimo oferecido no leilão para o mercado
das concessionárias elétricas,
cujas tarifas são reguladas.
Do restante, 10% podem ser
comercializados livremente e
20% são destinados para os autoprodutores que vierem a integrar o consórcio. A Vale, a
Votorantim e a Alcoa negociam
a fatia de autoprodução.
Na última quarta-feira, o
presidente da Vale, Roger Agnelli, disse em conferência sobre os resultados da empresa
que tem interesse em integrar
o grupo como autoprodutor de
energia, caso possa adquirir
energia a R$ 77 MWh. Ele disse, porém, que a Vale ainda não
havia sido convidada para fazer
parte do consórcio.
A mineradora tem interesse
e necessidade de adquirir energia barata para concretizar seu
plano de construção da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), em Marabá, um investimento de R$ 5,2 bilhões.
O projeto inclui a construção
de um acesso ferroviário para
receber minério de Carajás e
escoar a produção de aço até o
Terminal Portuário de Vila do
Conde, em Barcarena (PA).
A Votorantim também precisa de energia para a expansão
de sua empresa da área de metais, a Companhia Brasileira de
Alumínio (CBA). O objetivo é
investir R$ 400 milhões na ampliação da capacidade de produção de alumínio.
A Votorantim disse, por
meio de sua assessoria, porém,
que não tem conhecimento de
nenhuma negociação para entrada no projeto da usina.
Já a Alcoa articula a entrada
em Belo Monte para retomar o
plano de instalação de uma nova fábrica de alumínio no Pará.
Ou ainda duplicar a Alumar,
usina de alumínio que já opera
em São Luís, no Maranhão.
A Alcoa informou que não
seria possível disponibilizar
executivo para falar sobre o tema por problemas de agenda.
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