São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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Ações dos bancos ficam entre as que mais perderam na Bolsa de SP ontem

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As ações dos grandes bancos tiveram um dia bastante ruim no pregão de ontem da Bovespa. A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que foi conhecida na última hora de pregão, terminou de derrubar os papéis das instituições financeiras, que já vinham sendo negociados em baixa.
A forte queda das ações acabou por levar a Bovespa a encerrar os negócios na mínima do dia, com perdas de 3,54%.
A ação ON (ordinária) do Banco do Brasil foi a que mais caiu na Bolsa, entre as 55 mais negociadas, e fechou o pregão com perdas de 5,91%. Na seqüência, também com quedas expressivas, ficaram: Itaú PN (-4,7%), Bradesco PN (-4,52%) e Unibanco Unit (-4,41%).
"O clima tumultuado das últimas semanas deixou o mercado muito sensível. O mercado já estava num clima bem ruim, e a notícia [sobre a decisão do STF] colaborou para piorar um pouco mais", afirmou Charles Philipp, diretor da corretora SLW. "Talvez, se a decisão do STF tivesse saído há um mês, as ações dos bancos não teriam tido um dia tão negativo."
A Bovespa operou em queda durante quase todo o pregão. Mas, após as 16h, quando a Bolsa marcava baixa de 1,4%, as perdas se aceleraram rapidamente. No fim do dia, só a ação ON da Embraer subia (1,4%).
Na semana, após três quedas, a Bolsa paulista já acumula desvalorização de 7,06%.
O recuo do preço do barril de petróleo no mercado internacional atingiu as ações do setor e fez com que as Bolsas americanas fechassem em queda.
Por aqui, as ações preferencias da Petrobras, que concentraram 15% de todos os negócios feitos na Bovespa ontem, caíram 4,11%.
Em Nova York, o índice Dow Jones (a principal referência do mercado) caiu 0,65%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, que negocia ações das empresas de alta tecnologia, recuou 0,51%.
No segmento cambial, o dia foi tranqüilo. O dólar comercial registrou baixa de 0,75% e fechou vendido a R$ 2,241.
O balanço do fluxo cambial do mês passado, que ficou positivo em US$ 7,504 bilhões, devido à entrada recorde de dinheiro proveniente do setor exportador, ajudou a apreciar o real ontem.

Juros
Hoje o Banco Central vai divulgar a ata do último encontro do Copom (Comitê de Política Monetária), quando foi definida a redução da taxa básica de juros da economia de 15,75% para 15,25%. Analistas sempre aguardam com interesse a divulgação do documento, que traz justificativas sobre os motivos da decisão do Copom.
Os juros futuros subiram ontem nos contratos com vencimento após 2008, mostrando preocupação dos investidores com o longo prazo. Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), a taxa do contrato DI que tem resgate daqui a 20 meses subiu de 16,01% para 16,08%.
Ontem o BC da Turquia decidiu elevar as taxas de juros do país, temendo que as atuais pressões inflacionárias não arrefecem. A decisão do BC turco pode ser um sinal de alerta quanto à vulnerabilidade dos emergentes à atual volatilidade que tem mexido com o mercado há quase um mês.


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