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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Exportação de industrializado cairá 40% no semestre, diz Fiesp
O setor industrial já espera
uma queda de 40% nas exportações de produtos industrializados no primeiro semestre
deste ano, segundo levantamento da Fiesp com 78 das
maiores empresas exportadoras do Brasil em junho. No mês
passado, a perspectiva era de
uma queda menor, de 37%.
O diretor interino do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Walter Sacca, afirma que o cenário
econômico externo, ainda em
deterioração, é que está derrubando o resultado da indústria.
Para ele, a recente valorização
da moeda brasileira prejudica
ainda mais o setor.
"A falta de demanda internacional já vem comprometendo
as exportações, e, agora, o país
terá um preço menor para oferecer em dólar. A tendência é
de redução no saldo da balança
comercial", afirma Sacca.
A alta do real fez com que a
Fiesp reduzisse para US$ 25 bilhões sua projeção mais otimista para o saldo da balança comercial neste ano. Segundo
Sacca, o motivo é a queda na exportação, pois, mesmo com o
câmbio valorizado, a Fiesp espera que as importações só
cresçam significativamente
quando a indústria retomar a
produção.
Segundo o diretor da Fiesp,
ainda vai demorar. A situação
atual da indústria está pior do
que a Fiesp esperava. A perspectiva de que o fundo do poço
ficou para trás e de que o setor
iniciaria um período de recuperação não se confirmou. "Os dados que temos de maio e do início de junho não mostram uma
retomada."
Agora, a Fiesp já espera uma
queda no PIB industrial acima
de 5% no ano, que levará o PIB
brasileiro a uma retração superior a 1%.
De janeiro a abril, a indústria
registrou um resultado quase
15% menor que o do primeiro
quadrimestre do ano passado.
"Não há a menor possibilidade
de recuperação dessas perdas
nos próximos meses e de a indústria encerrar o ano no mesmo nível de 2008."
NATURALIZADO
A empresa norte-americana NetSuite, de sistemas de gestão empresarial na web, iniciou neste mês suas operações no
Brasil por meio da catarinense SuitePlus. A empresa investiu R$ 5 milhões para traduzir o sistema e adaptá-lo à legislação fiscal brasileira. Segundo Ricardo Demasi, sócio da
SuitePlus, o diferencial do produto é que ele requer apenas
uma conexão de internet para funcionar, sem exigir investimentos na instalação de uma infraestrutura.
TROCA
A Gol decidiu trocar sua empresa de auditoria. Sai a Ernst
& Young e entra a Deloitte.
AMPLIFICADOR
A Staner, de áudio profissional, será a representante no
Brasil da marca americana
Clair Brothers, responsável pelos equipamentos nos shows de
bandas como U2 e Iron Maiden. Com a parceria, a Staner
espera crescer 25% em 2009.
NA ESCOLA
O faturamento da Cultura
Inglesa foi de R$ 126 milhões
em 2008, contra R$ 111 milhões
em 2007.
NA LINHA
A Nextel inaugura hoje operações no Espírito Santo. Trata-se do 12º Estado em que a
empresa passa a operar. O lançamento faz parte do projeto de
expansão que envolveu investimento de US$ 100 milhões.
REPAGINADA
A produtora Maria Bonita
avança no seu processo de reestruturação neste ano. Saiu do
segmento de produção de filmes publicitários para focar no
de conteúdo e entretenimento,
que cresceu mais de 50% em
2008. Os sócios Lô Politi e Robério Braga deixam as funções
executivas e passam a atuar no
Conselho de Administração. O
novo diretor-executivo será o
produtor Coy Freitas, que já esteve à frente de projetos como
Nokia Trends e Sonar.
AVAL
A oferta pública de ações da
BRF não tornará a fusão de Sadia e Perdigão irreversível pelo
Cade. Essa é a opinião de Ruy
Coutinho, ex-presidente do Cade e ex-secretário de Direito
Econômico. Para ele, a emissão
é positiva, pois a empresa tem
dívidas a vencer e precisa se capitalizar. A BRF anunciou que
pretende fazer uma oferta de
R$ 4 bilhões na Bolsa.
PLANO B
Segundo Coutinho, não haverá danos ao acionista se a fusão não for aprovada. Ele afirma que basta informar no prospecto da emissão de ações que a
operação pode ser revertida pelo Cade e estabelecer regras para conversão dos papéis da BRF
em ações de Sadia e Perdigão
no caso de a fusão ser barrada.
BOLSA
A grife de bolsas LeSportsac
acaba de inaugurar sua primeira loja no Brasil, no shopping
Morumbi, em SP. A empresa
pretende faturar R$ 6 milhões
neste ano e abrir mais cinco
unidades no país até 2015.
TIO SAM
A Câmara de Comércio Brasil-EUA promove, no dia 25, a
"The Invest in Brazil Conference", em Nova York, em parceria
com a Apex, com o Banco do
Brasil e com o escritório de advocacia RFOR.
Pacote imobiliário vai atrasar, diz associação
Carlos Zveibil Neto, que
reassume hoje a vice-presidência da Apeop (Associação
Paulista dos Empresários de
Obras Públicas), diz que o
programa Minha Casa, Minha Vida está sujeito a atrasos que logo começarão a
aparecer. Zveibil lista desde
falta de disposição dos empresários para investir em
tecnologia que acelere as
obras até burocracia.
Segundo ele, a indústria
não tem estímulo para importar máquinas que acelerem a obra. "Se conseguimos
na Alemanha o financiamento da máquina em 60
meses, quando chega aqui,
temos que pagar muito à vista em impostos. Ninguém
quer comprar máquina para
usar em uma, duas obras, de
um programa pontual. Não
se sabe o que será prioridade
na próxima gestão."
Zveibil prevê que muitas
obras levem mais de 24 meses para serem entregues. "O
que está vendendo muito
hoje é o que as empresas tinham estocado."
Ele também acredita que,
como a Caixa é a gestora do
PAC e do Minha Casa, Minha Vida, o excesso de funções pode prejudicar ambos.
"Tudo isso excede a Caixa de
funções, o que intensifica a
burocracia."
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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