IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

A inflação medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) voltou a recuar em junho, sinalizando um breve período de trégua antes do impacto do aumento das tarifas de telefonia e de energia elétrica aparecer no bolso do consumidor.
No mês passado, o IGP-DI subiu 1,29%, após registrar alta de 1,46% em maio, a maior taxa em 14 meses, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O reajuste das tarifas deve começar a pressionar os IGPs -que têm 60% de seu peso no atacado- a partir de meados deste mês. Nos índices de preços ao consumidor -como o IPC da Fipe- as tarifas só devem ser sentidas em agosto.
A desaceleração do IGP-DI em junho é resultado da menor pressão dos preços no atacado. O IPA (Índice de Preços por Atacado), que tem o maior peso na composição do IGP-DI, caiu de 1,71% para 1,57% entre maio e junho.
A desaceleração no atacado resultou, principalmente, da redução no movimento de alta dos produtos agrícolas, que subiram 2,71% em maio e apenas 0,52% em junho.
O coordenador de índices da FGV, André Bráz, afirmou que houve a normalização de preços em alguns produtos agrícolas cotados em dólar, principalmente commodities. A soja registrou queda de 12,52% e foi o produto que mais influenciou para baixo os preços no atacado.
Já os preços no varejo, medidos pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), continuaram subindo -de 0,71% em maio para 0,78% em junho. Segundo Bráz, a maior pressão foi ainda dos alimentos, apesar de reduzirem um pouco a alta para 1,27%.
O INCC (Índice Nacional da Construção Civil), por sua vez, reduziu a alta significativamente, de 1,83% para de 0,70%. Desaceleraram tanto os preços de materiais e serviços quanto de mão-de-obra.
No ano, o IGP-DI acumula aumento de 6,90% e, nos últimos 12 meses até junho, de 10,13%.


Texto Anterior: Luís Nassif: A era Vargas e a perda de rumo
Próximo Texto: Panorâmica - Energia: Aneel marca leilão de linhas de transmissão
Índice