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CÚPULA DO MERCOSUL
Segundo o ministro, reunião com governos e empresários discutirá, na próxima semana, barreira comercial
Furlan defende "diálogo" e descarta ir à OMC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DOS ENVIADOS A PUERTO IGUAZÚ
O Brasil não pretende recorrer à
OMC (Organização Mundial do
Comércio) contra as restrições
adotadas pela Argentina à importação de eletrodomésticos, afirmou ontem o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento)
antes de embarcar para encontro
do Mercosul na Argentina.
"A solução adequada é o diálogo. Sócios dialogam e buscam um
entendimento. Sócios não fazem
guerra pela mídia porque isso não
constrói nada [...] É uma relação
de amor. E, como toda a relação
de amor, às vezes acontecem algumas coisinhas que são rapidamente superadas", afirmou.
As divergências comerciais com
o principal parceiro do Mercosul
serão resolvidas sem "animosidades" no campo diplomático, disse
ele durante entrevista, no final da
manhã, no Itamaraty.
Questionado se a OMC poderia
ser uma espécie de árbitro nas negociações entre os dois países,
Furlan afirmou: "Não. Nada. Só
direto". Para ele, o papel dos governos é diminuir as tensões entre
as empresas dos dois países.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também
pregou o diálogo com os argentinos. "Todos os problemas que tivemos antes resolvemos."
Durante entrevista, Furlan também disse que o Brasil tem, de certa forma, "inveja" do crescimento
econômico da Argentina, que
adotou restrições à importação de
eletrodomésticos brasileiros como medida para proteger sua indústria e estimular a economia.
"Os números das importações
argentinas, embora crescentes,
estão ainda abaixo das médias do
ano de 2001, que foi o ano pré-crise da Argentina. Portanto não há
nada de extraordinário. O que
existe é uma simetria hoje na velocidade de crescimento da Argentina, que dá inveja aos brasileiros,
e ao mesmo tempo uma retomada do crescimento brasileiro que
certamente vai proporcionar
oportunidades para maiores exportações da Argentina", disse.
Restrições argentinas
Ao chegar a Puerto Iguazú, ontem à noite, Furlan afirmou que o
governo brasileiro e o argentino
se encontrarão na próxima quarta-feira, em Buenos Aires, para
discutir o problema do setor de linha branca. Também participarão empresários dos dois países.
O ministro voltou a afirmar que
a regulamentação da Argentina
que permitirá impor as licenças
prévias não deverá ocorrer antes
dessas negociações. "Não, não
sai", disse ele, ao responder se a
regulamentação da medida ocorreria antes da quarta-feira.
Furlan deveria se encontrar ontem à noite com o ministro da
Economia da Argentina, Roberto
Lavagna, para tratar do assunto.
Os dois, que participam da Cúpula do Mercosul, também conversam hoje.
Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva chegou ontem no fim da tarde a Puerto Iguazú para participar
do encontro de Cúpula do Mercosul. Ainda ontem, Lula teria um
encontro com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. À noite, o
presidente participou de um jantar oferecido pelo presidente argentino, Néstor Kirchner, a todos
os participantes do encontro.
No jantar estavam presentes,
além de Chavez, Kirchner e Lula,
os presidentes do México, Vicente
Fox -que veio de Brasília junto
com Lula no avião da Força Aérea
Brasileira-, da Bolívia, Carlos
Mesa, do Uruguai, Jorge Battle, e
do Paraguai, Nicanor Duarte. Hoje Lula participa da reunião dos
chefes de Estado do Mercosul e
Estados Associados e convidados.
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