São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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DINHEIRO NOVO

Valor arrecadado será usado para financiar a dívida externa

País capta US$ 750 mi no exterior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pela segunda vez em menos de um mês, o governo brasileiro contraiu um empréstimo no mercado internacional para financiar a dívida externa. Os bônus emitidos pelo país somam US$ 750 milhões, vencem no prazo de dez anos e irão pagar juros de 10,8% ao ano nesse período.
No último dia 21, o país já havia lançado igual valor em títulos da dívida externa.
Na ocasião, porém, os papéis eram pós-fixados: pagavam juros de 5,75% ao ano mais a variação da Libor -taxa usada como referência para essas operações no mercado financeiro. Atualmente, a Libor oscila em torno de 1,5% ao ano. Desde 1994 o país não emitia títulos pós-fixados no exterior.
O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Alexandre Schwartsman, disse que a operação foi bem-sucedida.
Ele também justificou o lançamento de títulos pós-fixados no final do mês passado, criticada por alguns analistas que entenderam que, num momento em que a expectativa é de aumento nos juros internacionais, esse tipo de operação traria custos elevados:
"Isso estava relacionado com o gerenciamento da dívida externa. A participação de títulos [com taxas] flutuantes vinha decrescendo muito nos últimos anos", afirmou o diretor do BC. Segundo ele, em 2002, 32% do endividamento externo do Brasil era composto por papéis pós-fixados. Neste ano, essa proporção havia caído para 16%.
Com a transação de ontem, somam US$ 3 bilhões os empréstimos externos contraídos pelo governo por meio da emissão de títulos no mercado internacional neste ano. Até dezembro, mais US$ 1 bilhão em papéis deve ser lançado. Ao longo de 2004, o Tesouro Nacional terá de pagar US$ 12,366 bilhões, entre parcelas que vencem no período e os juros incidem sobre o endividamento.
Desse total, US$ 6,641 bilhões já foram pagos com dólares comprados diretamente no mercado de câmbio brasileiro.


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