São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

guilherme.barros@uol.com.br

Salário não pressiona inflação, diz banco

Com a deflação de 0,21% registrada pelo IPCA em junho, a inflação deste ano deve fechar em 3,6%, um resultado bem abaixo do centro da meta de 4,5%. A previsão é do Credit Suisse, que projetava, antes do índice divulgado ontem, uma inflação de 3,8% para 2006, a menor previsão do mercado. O CS assume que não haverá reajuste dos preços dos derivados de petróleo neste ano.
Em sua previsão, o Credit Suisse não acredita que os salários reais, apesar de estarem sendo reajustados acima da inflação, resultem em pressão inflacionária. A instituição aponta diversas razões. Entre elas, o fato de os ganhos de produtividade mais do que compensarem essa recomposição salarial, o que evita que as empresas tenham de subir preços para preservar a margem de lucro.
De acordo com o relatório do CS, o custo unitário do trabalho (cut) também não revela pressão inflacionária. O custo do trabalho é definido como a razão entre o salário real médio e a produtividade da mão-de-obra. Há alguns anos, o cut tem se mantido relativamente estável. Nos primeiros quatro meses deste ano, o indicador registrou uma queda de 2,4% ante o mesmo período de 2005.
Além disso, o CS também chama a atenção para o fato de que o desempenho recente nos investimentos pode gerar ganhos ainda maiores de produtividade, o que se traduz em menos pressão inflacionária.
O Credit Suisse mostra ainda, em seu relatório, que os aumentos reais dos salários pressionam apenas uma pequena parte do IPCA, e o efeito diminuirá até 2007. A influência maior dos aumentos dos salários ocorre nos itens serviços pessoais e condomínio, cujo peso é de apenas 6,7% no IPCA. O aumento desses itens se deve muito ao reajuste do salário mínimo (15,4% em 2005 e 16,7% neste ano).
Para 2007, o CS espera um reajuste do salário mínimo inferior a 8%, o que tende a reduzir a pressão sobre a inflação.

"Forbes" indica o Brasil para investidores
A capa da última edição da "Forbes" exorta o investimento em países estrangeiros. O Brasil é um dos países com maior recomendação. Num teste para leitores on-line, sobre qual investimento renderá mais nos próximos 12 [ ] meses, o Brasil só perde para a Índia.

CERVEJA PET
Parece que finalmente o consumidor da cerveja brasileira vai poder apreciar a bebida em garrafas PET. Depois de oito anos de pesquisa, o professor Carlos Anjos desenvolveu e adaptou a embalagem para as condições nacionais de produção. Segundo ele, a novidade é "a possibilidade de a cervejaria produzir a própria embalagem sem fazer grandes investimentos na sua linha de enchimento de vasilhame, sem modificações nas máquinas, apenas com pequenas adaptações". De acordo com o professor, o modelo europeu de produção da PET não se aplica no Brasil devido aos altos custos. Além das vantagens quanto à segurança, a embalagem poderá reduzir custos de estocagem e transporte, e as cervejarias regionais menores, que são mais de cem no país, também serão beneficiadas.

GIRL POWER
Quem pensa que mercado financeiro é lugar de homem anda enganado. A área de gestão de recursos do banco Fator está sob a responsabilidade de uma das gestoras de fundos mais conceituadas do mercado. Com o trabalho de Roseli Machado, o banco recebeu rating AA de qualidade de gestão da Austing rating e, na escala da LFrating, ficou classificado como LFg2, a segunda melhor na escala da agência. Roseli não acredita que o ambiente seja masculino. Para ela, outras mulheres devem estar a caminho. "Hoje em dia, realmente há poucas mulheres nessa área no mercado, deve ter umas dez, mas eu acho que isso está mudando, leva tempo pra se formar", diz.

BIODIESEL
Distribuidoras e consumidores livres do Sistema Interligado Nacional já usam a energia de biodiesel. A Eletrobrás começou a negociar, nesta semana, com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica 161,9 MW gerados pelas usinas Coruripe (16 MW), Ruette (24,40 MW), Mandu (20,20 MW), Pioneiros (28,4 MW), Água Bonita (15,8 MW) e Santa Terezinha (48,10 MW) e a PCH Carlos Gonzato (9 MW). Neste ano, entrarão em operação comercial mais 42, com 1.063,97 MW.

NA JUSTIÇA
Dois fornecedores da Brasil Telecom do Sul conseguiram liminar impedindo a suspensão dos seus contratos pela tele. Segundo a BrT, que vai recorrer, os contratos não foram suspensos, e sim não renovados.

NÃO CONFUNDA
Ao transcrever ontem a entrevista de Susan Schwab, chefe do comércio exterior, o site do governo americano cometeu um lapso ao escrever o nome de Lula. Trocou o primeiro L pelo M.

ALTA DEFINIÇÃO
A final da Copa será exibida em alta definição e em tempo real (sem "delay"). A Bandeirantes (BandSports) usará a rede de fibra óptica da Telefônica.

INFRA-ESTRUTURA
Guilherme Lacerda (Funcef) e Ricardo Malavazi (Petros) participam, terça, em Berlim, do Encontro Econômico Brasil-Alemanha 2006 para falar de modelos de financiamento para infra-estrutura no Brasil.

INVESTIMENTOS
Sérgio Rosa (Previ) fará apresentação na quarta, na Apimec-SP, sobre os resultados do fundo e investimentos para os próximos anos.

DESTINOS
As exportações das cooperativas brasileiras para mercados não-tradicionais cresceram 32% nos primeiros quatro meses do ano, segundo a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Entre os destinos está a Somália, que comprou 250% a mais de produtos do que no mesmo período do ano passado. Do total exportado para o país africano, 99% foram açúcares de cana, beterraba e sacarose. Sacos para embalagem foram responsáveis pelo 1% restante. As vendas das cooperativas também cresceram em 217% para a Nova Caledônia (algodão; pedaços e miudezas de galo/ galinha), 187% para a Armênia (suíno) e 374% para Cuba (leite integral e em pó).


Próximo Texto: Wal-Mart traça plano para dominar país
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.