São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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GM aprova negociação de parceria com Renault e Nissan

DA REDAÇÃO

O conselho diretor da GM aprovou ontem o início das conversas com Renault e Nissan para a formação de uma possível aliança entre as três empresas automobilísticas. Na próxima sexta-feira, o executivo-chefe da companhia americana, Rick Wagoner, deverá se encontrar em Detroit com o presidente das outras duas fabricantes, o brasileiro Carlos Ghosn.
Wagoner disse que está "ansioso para ouvir idéias de como uma aliança entre nossas companhias pode funcionar em benefício mútuo".
No entanto, pessoas ligadas ao executivo afirmam que ele é contrário à transação. Um membro da empresa, que pediu para não ter sua identidade revelada, disse ao jornal "Detroit News" que o negócio faz sentido para as outras duas montadoras, mas que não há "nenhuma vantagem" para a GM.
De acordo com alguns analistas, caso a parceria seja finalizada, Ghosn deverá ser o novo comandante da americana. Em uma tentativa de reafirmar seu apoio a Wagoner, o conselho da GM reiterou na reunião de ontem sua confiança no plano de recuperação da empresa que começou a ser implementado pelo executivo no ano passado.O projeto busca reforçar a presença da fabricante no mercado dos EUA e reverter as perdas de US$ 10,6 bilhões em 2005.
Uma união entre GM, Renault e Nissan criaria uma potência com vendas anuais de aproximadamente 14,3 milhões de veículos e uma receita de cerca de US$ 327 bilhões, segundo a consultoria do setor automobilístico CSM Worldwide. Após o anúncio, o preço dos papéis da companhia americana na Bolsa de Nova York subiu 1,03% e chegou a US$ 29,50.
A proposta para a parceria tríplice foi feita na semana passada pelo principal acionista individual da GM, o bilionário americano Kirk Kerkorian, 89. Segundo o plano dele, Renault e Nissan devem, cada uma, investir US$ 3 bilhões para comprar 10% das ações da GM.
A empresa Tracinda, de Kerkorian, divulgou nota em que afirma que o reunião entre os dois executivos na semana que vem é "um bom primeiro passo" e diz estar "satisfeita" com a decisão.
Para o bilionário, a parceria diminuiria os gastos com desenvolvimento e produção e faria com que a GM voltasse a ter lucros. "Foi uma recomendação eloqüente de um acionista de peso e, naturalmente, eles [o conselho da GM] vão tratar a questão com seriedade", disse o analista do Centro de Pesquisa Automotiva de Ann Arbor (EUA) Sean McAlinden.
Na segunda-feira, os conselhos de Renault e Nissan autorizaram o início das conversações com a GM desde que o conselho e a direção da companhia americana também as aprovassem.


Com agências internacionais

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