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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Superávit deveria subir para 5% do PIB
O presidente do banco Itaú,
Roberto Setubal, afirma que seria muito positivo para a política de combate à inflação se o
governo elevasse a meta do superávit primário dos atuais
4,3% do PIB para 5% do PIB.
Segundo ele, essa medida provocaria um grande alívio no
trabalho do Banco Central e
ajudaria, especialmente, a baixar a inflação de 2009.
Setubal diz, no entanto, que,
tradicionalmente, as políticas
antiinflacionárias no Brasil
tendem a carregar nas tintas da
política monetária e muito
pouco na política fiscal. Trata-se, a seu ver, de um problema
estrutural, histórico, de controlar a inflação pelos juros e não
pelo corte dos gastos públicos.
De acordo com Setubal, de
qualquer forma, os aumentos
de juros promovidos pelo Banco Central, além de outras medidas, como o aumento do IOF,
já começam a fazer efeito na
economia. Os bancos estão
mais criteriosos na aprovação
dos créditos. Os empréstimos
estão mais caros.
"O excesso de demanda já começou a baixar", diz. "O crédito
está menos expansionista."
O presidente do banco Itaú
cita o exemplo do financiamento de automóveis. As filas para a
compra de determinados modelos caíram sensivelmente. Os
estoques estão aumentando.
Há sinais de um maior equilíbrio entre a oferta e a demanda
de automóveis.
Apesar dessa melhora da situação, Setubal diz que, mesmo
assim, os juros vão continuar
subindo nos próximos meses.
Para ele, o governo deveria tomar outras medidas, além da
elevação do superávit primário,
para ajudar o Banco Central no
combate à inflação.
Ele acha, por exemplo, que os
preços dos derivados de petróleo deveriam subir para reduzir
a procura por esses produtos.
Seria uma forma de reduzir o
consumo de gasolina.
Setubal diz também que o
mundo está próximo de um
momento no qual os bancos
centrais vão agir de forma coordenada para aumentar a taxa
de juros e frear o crescimento
da demanda global. Na verdade,
muitos países já começaram a
subir os juros nas últimas semanas.
A seu ver, havia uma percepção de que aumentos de energia não deviam ser combatidos
com política monetária, mas isso está mudando. A conclusão é
a de que o preço do petróleo
não vai cair mesmo e que os
bancos centrais precisam se
mexer para evitar que a inflação continue subindo no mundo todo.
Frase
No Brasil, as políticas antiinflacionárias tendem a carregar na política
monetária e muito pouco na política
fiscal. Trata-se de um problema estrutural, histórico
CIRANDA
Antônio Carlos Valente da
Silva, presidente da Telefônica, Marcos Jank, presidente da Unica (União da
Indústria de Cana-de-açúcar) e professor da USP, e
Antônio Carbonari Netto,
fundador da Anhangüera
Educacional, farão parte do
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social,
órgão consultivo da Presidência. Os nomes dos membros saíram no "Diário Oficial" da União de ontem.
CALCULADORA
O Citibank já começa a fazer as contas do preço da
Nossa Caixa para ser vendida ao Banco do Brasil. O negócio deve ser fechado nos
próximos dois meses.
REFINARIA
A Usiminas Mecânica fechou três novos negócios
que têm a Petrobras como
usuária final, em um valor
total de R$ 115 milhões. Os
contratos são para o fornecimento de vigas para plataformas e módulos e fornos
para refinarias. Para as plataformas, serão fornecidas
cerca de 4.000 toneladas de
aço em vigas estruturais.
FLAMENCO
Desembarca no dia 15 em
SP a Junta de Castela-León,
governo da comunidade autônoma espanhola, acompanhada de produtores do setor de embutidos, queijo e
vinho. Participará do encontro Juan Vicente Herrera,
governador da junta.
INCA
A Previ deve decidir vender só uma parte da Paranapanema, a Mamoré. O principal candidato é a mineradora peruana Minsur. As negociações com a Vale estão,
por enquanto, congeladas. A
mineradora queria a Caraíba, que pertence à Paranapanema.
ORÁCULO
Antonio Palocci (PT-SP) é
hoje um dos principais conselheiros de Lula.
SEMENTE
A Nutriplant, especializada em fertilizantes, deve começar a distribuir os seus
produtos para as Américas
Central e do Sul, com foco
em Argentina, Paraguai,
Uruguai e Bolívia.
PEQUENO PRÍNCIPE
A Visanet investe R$ 700
mil, por meio de lei de incentivo fiscal, na ampliação e na
criação de espaço cultural
no hospital pediátrico Pequeno Príncipe (Curitiba).
NEGÓCIO JURÍDICO
Anna Luiza Boranga,
professora do GVlaw, programa de educação da Direito GV, e presidente da
Fenalaw, prepara-se para
a quinta edição do encontro jurídico, que acontecerá em São Paulo entre os
dias 7 e 9 de outubro. O
evento, que reunirá bancos, corretoras, seguradoras, consultorias, auditorias, editoras, escolas e
outras empresas, espera
receber 4.000 visitantes.
Para Boranga, o advogado
está passando por uma
transição estimulada pela
profissionalização do
mercado. A professora diz
que o advogado trabalha
cada vez menos sozinho e
tem atuado em parceria
com profissionais de outras áreas. "Hoje ele tem
que trabalhar com alguém
da área ambiental, financeira, do agribusiness." A
Fenalaw terá expositores,
congresso e curso oferecido pelo GVlaw e abordará
temas como direito ambiental, IPOs, arbitragem
e outros.
Com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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