São Paulo, quinta-feira, 08 de agosto de 2002

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AEB aumenta previsão de superávit comercial

DA REPORTAGEM LOCAL

A AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) revisou de US$ 4,11 bilhões para US$ 6,2 bilhões sua estimativa de superávit da balança comercial para este ano. Mas o resultado, que ajuda a minimizar o buraco na conta corrente, será obtido, segundo a entidade, pela associação de uma série de fatores negativos.
Em seu relatório, a AEB argumenta que a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) ficará entre 1,5% e 2% neste ano -e não mais entre 2,5% e 3%, como previsto em dezembro de 2001. Essa situação provocará forte recuo nas importações -e, consequentemente, resultará em elevado superávit comercial.
O quadro esboçado pela AEB é confirmado pelos dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Segundo números oficiais, até a segunda semana de julho, as exportações eram 17,52% menores do que em 2001. Mas o tombo nas importações, no acumulado do ano, fora muito maior: 27,39%.
Pelas estimativas da AEB, as exportações deste ano deverão somar US$ 54,7 bilhões -queda de 6,1% em relação aos US$ 58 bilhões do ano passado. No caso das importações, a previsão é de que se situem em US$ 48,5 bilhões, contra US$ 55,5 bilhões de 2001 -recuo de 12,7%.
""Isoladamente, o superávit só é bom para o balanço de pagamentos", diz José Augusto de Castro, da AEB. ""O que preocupa é que o volume de comércio está estacionado nos US$ 50 bilhões, quando o ideal para qualquer economia saudável é exportar muito, mas também importar", completa.
O principal exemplo usado pelos economistas é o do México. Desde seu ingresso no Nafta, a zona de livre comércio da América do Norte, seu volume de comércio (importações mais exportações) passou de 30% para 140% do PIB (Produto Interno Bruto).
""Para cada US$ 1 bilhão exportado são criados de 50 mil a 70 mil empregos. Em vez de avançar, estamos retornando a níveis de 1995", diz Castro em referência ao fato de que, naquele ano, o país importou e exportou isoladamente volumes menores de US$ 50 bilhões. (JOSÉ ALAN DIAS)


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