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AEB aumenta previsão de superávit comercial
DA REPORTAGEM LOCAL
A AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil)
revisou de US$ 4,11 bilhões
para US$ 6,2 bilhões sua estimativa de superávit da balança comercial para este
ano. Mas o resultado, que
ajuda a minimizar o buraco
na conta corrente, será obtido, segundo a entidade, pela
associação de uma série de
fatores negativos.
Em seu relatório, a AEB argumenta que a expansão do
PIB (Produto Interno Bruto)
ficará entre 1,5% e 2% neste
ano -e não mais entre 2,5%
e 3%, como previsto em dezembro de 2001. Essa situação provocará forte recuo
nas importações -e, consequentemente, resultará em
elevado superávit comercial.
O quadro esboçado pela
AEB é confirmado pelos dados da Secex (Secretaria de
Comércio Exterior). Segundo números oficiais, até a segunda semana de julho, as
exportações eram 17,52%
menores do que em 2001.
Mas o tombo nas importações, no acumulado do ano,
fora muito maior: 27,39%.
Pelas estimativas da AEB,
as exportações deste ano deverão somar US$ 54,7 bilhões -queda de 6,1% em
relação aos US$ 58 bilhões
do ano passado. No caso das
importações, a previsão é de
que se situem em US$ 48,5
bilhões, contra US$ 55,5 bilhões de 2001 -recuo de
12,7%.
""Isoladamente, o superávit
só é bom para o balanço de
pagamentos", diz José Augusto de Castro, da AEB. ""O
que preocupa é que o volume de comércio está estacionado nos US$ 50 bilhões,
quando o ideal para qualquer economia saudável é
exportar muito, mas também importar", completa.
O principal exemplo usado pelos economistas é o do
México. Desde seu ingresso
no Nafta, a zona de livre comércio da América do Norte, seu volume de comércio
(importações mais exportações) passou de 30% para
140% do PIB (Produto Interno Bruto).
""Para cada US$ 1 bilhão
exportado são criados de 50
mil a 70 mil empregos. Em
vez de avançar, estamos retornando a níveis de 1995",
diz Castro em referência ao
fato de que, naquele ano, o
país importou e exportou
isoladamente volumes menores de US$ 50 bilhões.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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