ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A nova previsão para o superávit comercial, anunciada ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, é de US$ 42 bilhões em 2006. Esse montante corresponde à diferença entre os valores obtidos com a exportação e a importação de mercadorias.
Até o início do mês passado, Furlan e analistas estimavam um volume próximo a US$ 40 bilhões. Segundo ele, a expectativa não reflete o recente pacote cambial, anunciado na semana passada, que pode promover maiores desvalorizações do real e "turbinar" as exportações brasileiras.
O cálculo do superávit foi revisto com base na expectativa de que o Brasil obterá um total de US$ 132 bilhões em vendas externas e US$ 90 bilhões em importações, explicou o ministro, em entrevista após evento com industriais em São Paulo.
No final de julho, a projeção da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) era de superávit de US$ 40,49 bilhões em 2006. A previsão dos bancos para as importações estava em US$ 88,41 bilhões e de US$ 128,90 bilhões para as exportações.
Em 12 meses acumulados até julho de 2006, as exportações somaram US$ 128 bilhões ante US$ 108,9 bilhões nos 12 meses acumulados até julho de 2005. Já as importações, US$ 82,8 bilhões ante os US$ 69 bilhões nos 12 meses fechados em julho do ano passado. Ou seja, expansão de 14,9% para as exportações e mais acelerada, de 20%, para as importações.
O ministro previu ainda que a corrente de comércio exterior em 2006 -a soma das exportações e das importações- feche em US$ 220 bilhões.
Recordes à parte, Furlan afirmou, no entanto, que saldos comerciais em torno de US$ 45 bilhões -como o obtido em 2005- são "desnecessários" e foram gerados em um outro momento.
"Num período em que cresce a renda disponível, é o mercado interno que acaba protagonizando uma maior expansão econômica" disse. Para Furlan, um valor entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões de saldo é suficiente.

Balança comercial
As importações registraram um recorde na média diária de agosto, segundo anúncio ontem. Entre os dias 1º e 6, o total negociado por dia útil foi de US$ 433 milhões, a maior média para uma única semana da história. A média de exportações ficou em US$ 596,3 milhões.


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