São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2008

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NEGÓCIOS

Após captar US$ 12,5 bi, Vale opta por "pequenas aquisições"

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Na contramão das expectativas de mercado, a Vale descartou ontem fazer qualquer aquisição "de grande porte". Não usará os US$ 12,5 bilhões obtidos com a oferta global de ações, concluída anteontem, para esse fim, segundo o presidente da companhia, Roger Agnelli.
"Uma grande aquisição não é prioridade. Pequenas aquisições, sim, desde que possam agregar à nossa base de ativos." O foco, diz ele, são empresas que sejam complementares às atividades da Vale. Ele citou o exemplo da mineradora da cobre Caraíba Metais, controlada pela Paranapanema, com a qual a Vale negocia.
Segundo Agnelli, a "prioridade absoluta" será o "crescimento orgânico", com o desenvolvimento de 24 novos projetos e a expansão de outros cinco atuais. Por isso, diz, a empresa se antecipou a possível piora do cenário mundial de crédito e assegurou recursos por meio da oferta global para deslanchar seu plano de investimentos.
O programa consumirá US$ 59 bilhões, mas a cifra deve ser corrigida para cima, de acordo com o presidente da Vale. Um dos motivos é a alta dos custos.
Tais empreendimentos elevarão até 2012 a produção de minério de ferro da companhia em 7,4%; a de pelotas, em 10,5%; a de alumina, em 13,8%; a de carvão (mercado incipiente para a Vale), em 46,8%; a de cobre, em 15,8%; e a de níquel, em 15,4%.
"A Inco vai dobrar a produção de níquel [de 248 mil toneladas para 507 mil toneladas]. Em quatro anos, vamos fazer o que a Inco demorou cem anos para fazer. A produção de cobre também vai dobrar", afirmou Agnelli.
Sobre a queda do lucro, o diretor-executivo de Finanças da Vale, Fábio Barbosa, disse que foi "meramente um efeito contábil", provocado pela valorização cambial.


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